O responsável pela reedição do licor setubalense famoso no país entre os séculos XVIII e XX é André Lopes, que, há cerca de dois anos, resolveu fazer uma experiência e avançar com uma pequena produção no Algarve para “averiguar qual seria a recetividade das pessoas”.

O empreendedor de 32 anos fez um trabalho de pesquisa e tentou contactar a fábrica Âncora, antiga produtora do licor, para tentar obter a receita original, mas não conseguiu.

No entanto, o jovem licenciado em História garante que o novo Licor de Laranja de Setúbal é feito da forma mais tradicional possível, apenas com laranjas, álcool, açúcar e ervas aromáticas.

“É o renascer de uma tradição secular que está a correr bem. O produto só está há cerca de duas semanas no mercado e já chegámos a acordo com um produtor de laranjas de Palmela para ser nosso fornecedor. E há uma fábrica em Setúbal interessada em produzir o licor.”

O Licor de Laranja de Setúbal tem uma produção de 10 mil garrafas por ano, uma vez que o objetivo é “apostar na qualidade, mais do que na quantidade”.

De salientar que o rótulo das garrafas “será diferente todos os anos”, mas sempre com elementos que são “imagens de marca de Setúbal”, como é o caso, atualmente, da Praça de Bocage.

Após a apresentação do projeto, André Lopes deu a provar o Licor de Laranja de Setúbal às cerca de três dezenas de pessoas que marcaram presença na Casa da Baía, curiosas com o renascer do produto tradicional.

A Câmara Municipal de Setúbal apoia a iniciativa, enquadrada no espírito de revitalização de economias tradicionais locais, e vai comercializar o Licor de Laranja na Casa da Baía, na Avenida Luísa Todi, e também na loja Coisas de Setúbal, instalada nos Paços do Concelho, e na Mercearia Confiança de Troino, no Largo da Fonte Nova.