A obra reúne treze contos, escritos entre 2003 e 2017, a maioria já publicada na coletânea literária de médicos “O Lado Humano da Medicina”, que, de acordo com o próprio autor, são “histórias clínicas não totalmente ortodoxas”, através das quais quis mostrar “o quão aliciante é o aprofundamento da relação médico-paciente” e como a mesma “pode revelar surpresas” e “alegrias”.

Além do autor, que completa 90 anos em dezembro, a sessão de lançamento do livro contou, entre outras personalidades, com a presença do médico José Poças, a quem coube apresentar a obra, e da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, que agradeceu a dedicação de Mário Moura à saúde e à cidade.

“Ele representa uma extirpe de homens bons que, mais do que exercer a profissão de médico, contribuiu para definir o que é ser médico. A vida do doutor, a longa e profícua vida do nosso doutor, confunde-se com a história das últimas seis décadas da cidade que é também a dele. Por isso lhe agradecemos”, afirmou a autarca.

Maria das Dores Meira lembrou que, mesmo tendo nascido em Coimbra, a 13 de dezembro de 1927, Mário Moura veio ainda jovem “fazer-se setubalense de corpo e alma” e, “com a sua indómita vontade de ser um bom doutor, de ser inovador”, salvou muitas vidas no antigo hospital que funcionava no Convento de Jesus.

“Gerações de setubalenses ouviram os seus conselhos, passaram pelas suas mãos e agradecem-lhe o cuidado, o saber e, acima de tudo, saber ouvir, saber dizer o que era certo quando tudo à volta parecia errado.”

A autarca agradeceu, igualmente, a participação cívica de Mário Moura na vida da cidade e a “intervenção política sempre em defesa dos que mais necessitam”.

Confessou que, ao ler o livro, ficou “ainda mais consciente” da “intrínseca bondade e qualidade humana” de Mário Moura.

O que mais a impressionou, revelou, foi o testemunho de um médico que é, “porventura, a maior testemunha civilizacional” do “enorme processo de transformação e melhoria da prestação de cuidados de saúde aos portugueses das últimas seis décadas”.

Mário da Silva Moura licenciou-se em Medicina, em 1952, na Universidade de Coimbra e, no ano seguinte, veio para Setúbal, onde fez serviço de urgência no Hospital do Espírito Santo, onde desenvolveu também as áreas de pediatria e cirurgia.

Foi médico na Associação Mutualista, no Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos, nos Serviços Médico-Sociais das Caixas de Previdência e no Vitória Futebol Clube e dirigiu o Centro de Saúde de Setúbal.

Mário Moura presidiu à direção da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral desde a sua fundação, em 1982, até 1999, e hoje é presidente honorário da mesma.

Foi presidente do Conselho Geral do Hospital de São Bernardo e vice-presidente da Confederação Ibero-Americana de Medicina de Família.

Ao longo da carreira, recebeu vários prémios que reconhecem a sua excelência como médico de família, além de ter sido distinguido, em 1995, com a medalha de honra da cidade na classe “Paz e Liberdade”.

Apesar de estar prestes a completar 90 anos, continua a exercer medicina e é professor na Universidade Sénior de Setúbal.

É autor de cinco livros e tem vários artigos publicados em revistas e jornais.

Cravo. 25 de Abril

COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL

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DA SESSÃO SOLENE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

25 de Abril . 10h00 . Fórum Municipal Luísa Todi

Cravo. 25 de Abril