“Nunca me descolo muito do jazz”, confessa Maria Anadon, contrapondo de seguida que o disco, apesar de conter muitas evidências do seu género de eleição e de blues, marca o trilhar de um novo caminho, com referências como tango e fado.

Outra marca significativa em “Recantos da Alma” é a presença da língua portuguesa, gosto que a lisboeta adquiriu com o projeto “A Terra do Zeca”, tributo a José Afonso, que a juntou a artistas como Dulce Pontes, Filipa Pais e Lúcia Moniz.

Maria Anadon sublinha que a “música portuguesa exporta-se bem”, recordando episódios curiosos como um em que acabou por cantar o fado aquando de uma digressão na Índia após insistência do público local.

A cantora acredita todavia que nem só do fado vive a musicalidade lusitana, mas antes “de muitas outras influências”.

“Recantos da Alma – Ciclo de Autores de Expressão Portuguesa” reflete as memórias de Maria Anadon no campo da música, nomeadamente de letras com que a cantora se identifica.

Além de incluir três originais, o trabalho expõe versões de temas de compositores como Chico Buarque, Sérgio Godinho e Paulo de Carvalho.

Durante a hora e meia de atuação prevista para Setúbal, Maria Anadon faz-se acompanhar, além do baterista Vicky Marques, dos músicos sadinos Valter Rolo, no piano, José Canha, no contrabaixo, e Celina da Piedade, no acordeão.

No concerto de Maria Anadon, integrado no programa municipal “Noites da Baía”, a cantora antevê uma grande proximidade com o público numa interação que promete explorar por inteiro os “Recantos da Alma”.

Os bilhetes, à venda na Casa da Baía, custam 7,50 euros. As entradas duplas têm o preço de dez euros.