Festival de Música - conferência de imprensa

Os benefícios da música para fins terapêuticos e para a melhoria do bem-estar de diferentes grupos da sociedade são abordados num simpósio internacional, a realizar nos dias 26 e 27, no âmbito do Festival de Música de Setúbal.


A segunda edição do simpósio “Música, Saúde e Bem-Estar” conta com um conjunto de encontros, apresentações e debates por especialistas portugueses e estrangeiros sobre boas práticas relacionadas com o uso da música como terapia no trabalho com idosos, pessoas com demência, sem-abrigo ou deslocados, refugiados e requerentes de asilo ou prisioneiros.

“Queremos ter a certeza de que este evento importante vai captar profissionais da medicina e assistência social, entre outros, e que vai trazer a Setúbal uma discussão que ultrapassa as artes”, sublinha o diretor artístico do Festival de Música de Setúbal, Ian Ritchie.

O responsável sublinha que o Festival de Música de Setúbal, que já envolveu a participação de mais de 12 mil crianças e jovens, incluindo pessoas com necessidades especiais, na realização de espetáculos e na composição de canções interpretadas nas nove edições, “tem provado que a música e as artes são o melhor medicamento que existe”.

Por isso, apela à participação no simpósio, que se realiza no dia 26, entre as 14h30 e as 18h00, na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, e, a 27, entre as 09h30 e as 19h00, no Fórum Municipal Luísa Todi, com um programa mais alargado, com mais especialistas e mais espaços de debate e de reflexão relativamente à primeira edição, em 2018.

Com o tema “Home”, o primeiro dia de trabalhos do simpósio tem início às 14h30 com uma sessão de abertura, a que se segue, às 14h45, uma apresentação conduzida por Ian Ritchie e por Nigel Osborne, professor da Universidade de Edimburgo, sobre o tema “O Mundo – O nosso Lar”.

Às 15h00, a cantora e compositora Merit Ariane Stephanos fala sobre “Música, Refugiados e Requerentes de Asilo”. Meia hora depois, a pianista e orientadora de workshops Inês Lamela faz uma alocução sobre “Música na Prisão” e, às 16h00, o professor de Pedagogia Musical e Música na Saúde da Universidade de Toronto, Lee Bartel, aborda a relação entre “Música e cuidados de saúde continuados”.

O programa prossegue às 16h45 com uma apresentação sobre “Saúde Mental e Criatividade”, inspirada no caso do compositor Mahler, pelo especialista em Neurologia Comportamental Michael Trimble.

“A Música e os Sem-Abrigo” é o tema do último painel do dia 26, dinamizado por Carlos Barreto Xavier, músico e professor do Instituto Politécnico de Setúbal, e por Matt Peacock, fundador da Streetwise Opera e diretor da With One Voice.

O segundo dia de trabalhos, 27, com o tema “Comunidade, Conetividade, Criatividade e Cultura”, tem uma sessão de abertura às 09h30, a que se segue, meia hora depois, o painel “Crianças e Jovens”, com alocuções da professora da Universidade Lusíada Teresa Leite, e da musicoterapeuta britânica Grace Meadows, do Hospital Chelsea & Westminster.

“Indivíduos, Famílias, Comunidades e Locais” dá tema ao segundo painel, moderado por Simon Procter, do Nordoff Robbins Music Therapy, com intervenções da diretora da Associação de Música nos Hospitais, Ana Paula Góis, e de Amy Mallett, do Snape Maltings.

Segue-se, às 11h45, um painel sobre “Idosos (e cuidados aos pacientes com demência)”, moderado por Grace Meadows, do Utley Foundation, com apresentações de Nigel Osborne, da Universidade de Edimburgo, Lee Bartel, da Universidade de Toronto, e do presidente da Sociedade Artística Musical dos Pousos, Paulo Lameiro.

A “Saúde Mental” está em destaque no último painel da manhã, às 12h30, moderado por Teresa Leite, da Universidade Lusíada, com intervenções de Simon Procter, Nigel Osborne e Michel Trimble, a que se segue, às 13h25, um momento musical pelo Ensemble Juvenil de Setúbal, dirigido pelo maestro Miguel Ângelo Conceição.

O período da tarde abre, às 14h30, com a atuação do projeto “Músicos Recriar-se”, coordenado por Carlos Barreto Xavier, para, dez minutos depois, haver uma reflexão sobre “Incapacidade, Inclusão e Integração – Tecnologia”, moderado por António Laertes, diretor artístico assistente do Festival de Música de Setúbal.

Participam como oradores neste painel Natallia Petterson, coordenadora do projeto sueco Share Music, Vahakn Matossian, inventor do instrumento musical Hi-Note, a compositora britânica Cevanne Horrocks-Hopayian e a formação musical Headspace Ensemble, composta por Patrick Kenny, John Kenny, Torbjorn Hultmark e Chris Wheeler.

A partir das 15h30, Ian Ritchie modera um painel sobre “Centros de Música, Saúde e Bem-Estar, com intervenções de Amy Mallet, Dawn Williams e Alexandra Coulter, que partilham testemunhos sobre boas práticas de projetos de artes e saúde dos quais são responsáveis no Reino Unido.

“Pesquisa, Avaliação e Impacte Social” dá tema a um painel com início às 16h45, moderado por António Vasconcelos, professor do Instituto Politécnico de Setúbal, com intervenções da investigadora Graça Mota e de Simon Procter.

Segue-se, às 17h30, uma reflexão sobre “Defesa, Comunicação, Colaboração e Redes – Próximos Passos”, moderada por Alexandra Coulter, com a participação de Lee Bartel, Matt Peacock, Simon Procter, da presidente da Associação Portuguesa de Musicoterapia, Ana Esperança, e da especialista britânica Hayley Youell.

A segunda edição do Simpósio “Música, Saúde e Bem-Estar” termina com um concerto, às 18h30, pelos Headspace Ensemble.

A entrada nos dois dias é livre para estudantes e profissionais de música, saúde e educação, mas com reserva obrigatória. Para o público em geral, o preço varia entre os cinco euros, no dia 26, e os vinte, no dia 27. As inscrições devem ser feitas através do endereço festival.musica.setubal@gmail.com.