Salvador Pereira Amália, antifascista empenhado na luta pela liberdade e pela democracia, foi homenageado na tarde de dia 27, a título póstumo, pela Câmara Municipal, com a atribuição do nome a uma rua.
Na inauguração do novo topónimo, localizado entre a Urbanização Chesetubal, na Azeda, e uma das laterais do Centro Comercial Alegro Setúbal, a presidente do município, Maria das Dores Meira, recordou o resistente antifascista setubalense, membro do Partido Comunista Português.
“Dois dias depois da comemoração dos 47 anos da revolução de Abril, cumprimos o dever de homenagear um setubalense que, por via do seu combate a um regime opressivo e obscurantista, contribuiu, como outros que ao lado dele lutaram, para que, em Abril de 1974, o regime caísse de podre.”
A autarca realçou que são homens como Salvador Amália que “estiveram, e continuarão a estar, na linha da frente da defesa da liberdade e da democracia, sempre com os olhos postos no seu aperfeiçoamento”.
Salvador Pereira Amália deixou a escola com cerca de 10 anos para ingressar no mundo laboral, concretamente na construção de estradas. Foi despedido e, pelas suas ideias progressivas, teve dificuldade em arranjar novo emprego.
Filiado no Partido Comunista Português desde os 18 anos, casou-se a 20 de junho de 1936 com Maria Clementina, ativista política que também tem o seu nome gravado numa placa toponímica na Azeda.
“Juntos na vida que partilharam, juntos nas convicções por que lutaram, estão agora juntos nestas ruas por onde flui a vida de Setúbal, a cidade que era sua e pela qual também lutaram”, sublinhou Maria das Dores Meira na cerimónia.
Salvador Amália foi preso pela primeira vez em 1942. Em 1945, foi novamente preso. Quatro anos depois, em 1949, passou à clandestinidade e acabou de novo preso em 1962 por denúncia de um infiltrado no PCP.
“Homenageá-lo, atribuindo o seu nome a uma rua, é insuficiente, porque a homens como ele a melhor homenagem que podemos fazer é honrá-los com a nossa memória. A memória de quem foram e do que fizeram, do que lutaram e por que se sacrificaram.”
O evento, em que participaram o Executivo municipal, os presidentes da Assembleia Municipal, André Martins, da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas, e da Junta de Freguesia de São Sebastião, Nuno Costa, e familiares e amigos do homenageado, encerrou com Isabel Maldonado, neta, a agradecer em nome da família.
A filha de Salvador Amália, Sílvia Maldonado, professora, ativista política e antiga presidente da antiga Junta de Freguesia de São Julião, também foi homenageada no início do mês de abril, a título póstumo, pela Câmara Municipal de Setúbal, com a atribuição do seu nome a uma rua, localizada junto da Piscina das Palmeiras.
