Nosso Bairro, Nossa Cidade | 10.º aniversário

A experiência de cidadania e de participação coletiva para concretizar uma transformação sem precedentes no território da Bela Vista foi enaltecida a 12 de abril pelo presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, nos 10 anos do programa Nosso Bairro, Nossa Cidade.


“Estamos perante transformações concretas e positivas que estão à vista de todas as pessoas que aqui vivem e que por aqui passam e que são o resultado do trabalho e da experiência democrática das autarquias locais”, afirmou o autarca em cerimónia no Centro Multicultural para assinalar uma década do programa municipal.

O Nosso Bairro, Nossa Cidade, em desenvolvimento desde 2012, resulta de um movimento coletivo e organizado de moradores de um território formado por Bela Vista, Forte da Bela Vista, Alameda das Palmeiras, Quinta de Santo António e Manteigadas, apoiado pela Câmara Municipal de Setúbal e pela Junta de Freguesia de São Sebastião.

Esta sinergia, viabilizada pelas conquistas e pelos valores de Abril, vincou André Martins, resulta na concretização de um projeto que ao longo de uma década deu vida a uma estratégia para impulsionar e “prosseguir os interesses próprios, comuns e específicos da população residente nos bairros”.

A comemoração de dez anos do programa não se restringe ao período temporal de atividade intensa. “Celebra a experiência concreta daquilo que muitos pensavam ser uma impossibilidade. A imagem dos bairros da zona da Bela Vista transformou-se e isso representou uma profunda transformação na cidade.”

E não faltam factos para comprovar a mudança operada. “Demonstrámos que é possível melhorar a gestão da habitação pública com a participação efetiva dos moradores na direção dos destinos do território, que se pode construir futuro, dia a dia, com a participação e organização de todos.”

O Nosso Bairro, Nossa Cidade envolve residentes, serviços autárquicos e perto de trinta entidades sediadas no território, promovendo ações protagonizadas pelos próprios moradores, geradoras da participação das pessoas nas decisões que a elas e à sua comunidade dizem respeito.

Os moradores envolvidos no programa municipal, organizados em grupos, participam nas decisões e nas tarefas inerentes à execução das ações, numa lógica de formação de lideranças e de mobilização cidadã, com o objetivo de promover a autonomia, a responsabilidade e o crescimento coletivo.

“Esta é uma experiência única e distinta de gestão de Habitação Pública em Portugal e por isso foi reconhecida e valorizada com seis prémios, nomeadamente o da Associação Internacional das Cidades Educadoras, que destacou o Programa como uma boa prática de participação cidadã”, frisou o presidente André Martins.

A experiência positiva do Nosso Bairro, Nossa Cidade é motivo de orgulho e catalisadora de um compromisso assumido há dez anos e que é para manter. “Comprometemo-nos em consolidar este processo de mudança por mais dez anos, o que implica incluir todas as pessoas que queiram participar.”

André Martins sublinhou que este compromisso traduz a promoção da “coesão social por via do sentimento de pertença à cidade e através da construção duma identidade positiva do território” e do “poder exercido pelos moradores em função dos seus interesses e objetivos coletivos”.

Nesta perspetiva de futuro, a ação passa por dar continuidade a prioridades definidas pelos moradores, nomeadamente a instalação das lojas de bairro para impulsionar a área das atividades económicas e a empregabilidade, a abertura do ginásio e do auditório comunitário e o aprofundamento de relações com as instituições parceiras.

A criação dos espaços Nosso Bairro, Nossa Cidade “Escolinha”, nas Manteigadas, “Renascer do Forte da Bela Vista”, com gestão dos moradores, avançam também este ano, o que permite dotar todos os bairros deste programa municipal de equipamentos que permitam que os cidadãos realizem projetos comunitários.

Entre as várias ações, dinamizadas em áreas tão distintas como cultura, desporto, lazer e saúde, cabem ainda ateliers de trabalhos manuais e artesanato, estudo acompanhado, oficinas de informática, projetos de cuidados estéticos e de saúde e de solidariedade.

Para tudo isto, vincou, é fundamental o “aprofundamento da relação de respeito, geradora de confiança, para produzir resultados de compromissos estabelecidos a partir da capacidade de decisão dos moradores, condições determinantes para melhoria da vida das populações deste território”.

O vereador com o pelouro da Habitação na Câmara de Setúbal, Carlos Rabaçal, e responsável pelo Nosso Bairro, Nossa Cidade, fala num programa marcante para a comunidade. “Permitiu fazer profundas transformações e teve um olhar muito relevante no olhar da cidade sobre os bairros.”

Esta mudança, acrescentou, resulta de “uma construção coletiva com os moradores, que foram trazendo as suas capacidades, que estavam um pouco adormecidas, para dirigir e tomar conta do território, tornando-o melhor para viver e também mais atrativo para receber quem o visita”.

Carlos Rabaçal indicou que o que mudou mesmo foi a mentalidade das pessoas. “Tivemos muita obra física, como nunca tinha havido antes nestes territórios, mas o mais relevante foi a transformação das pessoas, das relações interpessoais, de vizinhança e da própria parceria com a Câmara Municipal de Setúbal.”

O caminho percorrido no âmbito do Nosso Bairro, Nossa Cidade foi também destacado pelo presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Nuno Costa. “Nestes dez anos, temos muito trabalho feito e para mostrar. Sempre com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas.”

O autarca de São Sebastião realçou, igualmente, o caráter inovador e democratizante do programa municipal em desenvolvimento desde 2012. “O ‘Nosso Bairro’ é um espaço de participação, de cidadania e também de confraternização. Hoje, vive-se melhor graças às decisões coletivas que foram tomadas.”

Teresa Martinho, moradora e da comissão organizadora do programa comemorativo dos dez anos do Nosso Bairro, Nossa Cidade, salientou que a mudança de mentalidade foi a principal transformação conseguida. “Não sentíamos o bairro. Não éramos uma comunidade unida.”

A transformação, recordou Teresa Martinho, que também assume o papel de interlocutora na comunidade, começou há dez anos e veio para ficar. “Decidimos que todos tínhamos de mudar. E queremos continuar neste caminho, por mais dez anos, motivados e com empenho, para crescermos juntos.”

O evento desta manhã contou com várias atividades, incluindo uma peça de teatro pela Gatem – Espelho Mágico, inspirada na fábula da cigarra da formiga, e atuações musicais de Sheg, Filomena Cabral, Samoa e DJ Dadafox, jovens que tiram o melhor proveito do Estúdio de Som e Imagem da Bela Vista.

As comemorações dos dez anos do Nosso Bairro, Nossa Cidade contemplaram também a dinamização de várias atividades lúdico-pedagógicas para crianças e jovens, as quais estiveram enquadradas no segundo dia da edição da Páscoa do Férias no Bairro, projeto retomado este ano em virtude da pandemia.

A festa de comemoração dos dez anos do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, programa municipal multipremiado e reconhecido internacionalmente, contou com a presença de elementos do Executivo municipal, entre outras individualidades, e culminou com um almoço-convívio na EB da Bela Vista.

 

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