Concebido pelo atelier “Jordana Tomé, Vítor Quaresma, Filipe Oliveira”, com coordenação do arquiteto Joaquim Duque Duarte, o projeto de conceção das futuras instalações da nova Biblioteca Pública foi selecionado entre as 127 candidaturas, entre 99 portuguesas e 28 estrangeiras, apresentadas no âmbito do concurso público aberto pela Câmara Municipal de Setúbal.

A presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, sublinhou, momentos antes de se conhecerem os premiados, na conferência de imprensa realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que aguardava “com grande expectativa o resultado” do concurso.

Curiosidade que assegurou ser “partilhada por muitos setubalenses que não só anseiam por dispor de uma nova biblioteca com melhores condições de funcionamento e inserida num edifício de referência, mas que ambicionam também ver reforçada a qualidade urbanística do Largo José Afonso”.

Para a edil, as novas instalações da biblioteca são uma “peça fundamental na estratégia que a Autarquia tem delineado para a reabilitação urbana do Centro Histórico e da frente ribeirinha” da cidade.

A proposta vencedora, premiada com 12 mil euros, representa um investimento que respeitará o limite traçado no concurso de 3,2 milhões de euros, sendo que o projeto de construção rondará os 300 mil euros.

Luís Liberato, diretor do Departamento de Cultura da Autarquia e presidente do júri do concurso, sublinhou que o projeto classificado em primeiro lugar cumpre “com grande eficácia todos os objetivos do programa preliminar”.

Com uma “integração urbana que faz a praça ‘respirar’”, as instalações serão edificadas na zona sul do Largo José Afonso, localizado junto da Avenida Luísa Todi e muito próximo da frente ribeirinha de Setúbal.

A construção do edifício implicará um melhoramento da frente poente do largo, com a redução da via e o aumento do passeio, bem como a colocação do estacionamento no extremo nascente, alinhado com o edifício da antiga pousada da juventude.

O júri considerou que a disposição pensada para a cafetaria e o auditório do equipamento cultural confere “autonomia a estes espaços, que se articulam intimamente com a praça, pois os serviços próprios da biblioteca desenvolvem-se nos dois pisos superiores”.

Outra funcionalidade valorizada pelos elementos do júri foi o favorecimento de vistas panorâmicas, tanto para o Largo José Afonso, como para o rio Sado, “através de um pátio no terceiro piso”.

As zonas de leitura, que se relacionam entre dois andares, “beneficiam de iluminação natural generosa”.

A versatilidade da zona de estacionamento, “espaço que pode acolher outros usos, como feiras, mostras ou concertos”, numa união subtil através de uma pala com o edifício da biblioteca, foi igualmente sublinhada pelo júri.

No concurso de conceção das futuras instalações bibliotecárias de Setúbal, enquadradas na classificação “BM3”, destinada a cidades com mais de 50 mil habitantes, distinguiu ainda as propostas de João Luís Carrilho da Graça, segunda classificada, premiada com oito mil euros, e de Mónica Sofia Alves Margarido, no terceiro lugar, que recebe cinco mil euros.

Coube ainda uma menção honrosa à proposta do atelier Embaixada Arquitectura, coordenada por José Paulo Ferreira Rodrigues.

Maria das Dores Meira salientou que a Câmara Municipal prepara o projeto de criação da nova biblioteca há vários anos, tendo sido necessária a realização de vários estudos para determinar o Largo José Afonso como a melhor localização possível para as futuras instalações.

A presidente da Autarquia salientou que esta escolha respeita o esforço desenvolvido nos últimos seis anos pelo Executivo com medidas “que potenciam o efeito de arrastamento estruturador e dinamizador das ações e investimentos dos particulares” nas zonas do Centro Histórico e da frente ribeirinha.

Investimento materializado, reforçou a autarca, projetos como a reabilitação da Avenida Luísa Todi, a criação do Parque Urbano de Albarquel e da Casa da Cultura e as requalificações do Fórum Municipal Luísa Todi e do Mercado do Livramento.

A conferência de imprensa realizada no dia 31 contou ainda com a presença do presidente do Conselho Diretivo Regional Sul da Ordem dos Arquitetos, para quem o concurso foi um “processo totalmente transparente” e organizado de forma “exemplar”.

Rui Alexandre destacou ainda a grande importância que a iniciativa representou para a classe dos arquitetos.

No encontro com a comunicação social marcou igualmente presença o vice-presidente da Autarquia, André Martins, e o representante da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Manuel Queirós.

Luís Liberato anunciou no desfecho da conferência de imprensa que a Câmara Municipal vai realizar uma exposição na nova Galeria Municipal do 11, em data a definir, com projetos apresentados a concurso e, provavelmente, com os ateliers premiados a descreverem as propostas apresentadas.