O enredo da telenovela exibida diariamente em horário nobre pela TVI, com perto de um milhão de espetadores por noite, decorre principalmente na cidade de Setúbal, com a maior parte da ação em exteriores a ser filmada em vários pontos do centro histórico e da zona ribeirinha.

As gravações também são feitas em vários equipamentos municipais, como foi o caso, esta manhã, do edifício dos Paços do Concelho, onde foram rodadas várias cenas da telenovela, antes da assinatura do protocolo entre a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, o diretor-geral da TVI, Luís Cunha Velho, e o administrador da Plural, Luís Cabral.

Para Maria das Dores Meira, este acordo, com a isenção de taxas municipais na ordem dos 36 mil euros à Plural Entertainment durante as filmagens, vai dar muito a ganhar a Setúbal.

“Estamos certos de que este valor será muitas vezes multiplicado na atração de visitantes, na geração de negócio e, acima de tudo, na transmissão daquela que é a verdadeira dimensão de Setúbal, ou seja, uma cidade moderna e de escala europeia.”

No discurso realizado após a assinatura do protocolo, cerimónia que contou igualmente com a presença de um dos protagonistas da telenovela, o ator Diogo Infante, e do diretor de programas da TVI, José Eduardo Moniz, a autarca defendeu que existem em Setúbal “todas as condições necessárias para a criação de boa televisão”.

A enorme diversidade de paisagens e cenários, o que permite ter um ambiente urbano moderno e cosmopolita, espaços naturais e patrimoniais de grande qualidade e a reduzida distância dos principais centros de produção televisiva nacional são fatores que contribuem, no entender de Maria das Dores Meira, para colocar Setúbal no mapa das grandes produções televisivas e cinematográficas.

“Acreditamos que podemos vir a ter grandes produções internacionais na nossa cidade, o que será, também, resultado da nossa permanente disponibilidade para acolher criadores de televisão e cinema.”

Além da produção da TVI em rodagem em Setúbal, a autarca revelou que está a registar-se uma “intensa procura de produtoras de publicidade nacionais e internacionais, que buscam, precisamente, as fantásticas condições” existentes no concelho “a preços bastante convidativos”.

Também o diretor-geral da TVI, Luís Cunha Velho, acredita que “Jogo Duplo” vai “aproximar mais Setúbal dos portugueses e, através das imagens e das histórias transmitidas, abrirá o apetite para atrair visitantes à região, quer seja pelo bom peixe, pelas paisagens, pelo ambiente ou pelas praias”.

A transmissão desta telenovela em horário nobre, tal como já ficou demonstrado com “Mar Salgado”, exibida em 2015 na SIC, deve traduzir-se num “considerável retorno” para Setúbal em matéria de visitantes turísticos e de divulgação do nome da cidade.

Para regular a relação de cooperação entre a Câmara Municipal e a produtora televisiva tornou-se necessário, à semelhança do que já tinha acontecido para as gravações de “Mar Salgado” e da série da TVI “Inspetor Max Júnior”, estabelecer um protocolo que contém as responsabilidades de cada entidade.

No âmbito do acordo celebrado, a autarquia confere à Plural Entertainment Portugal SA a “isenção de todas as taxas e demais permissões necessárias às operações de gravação de exteriores em espaços públicos e equipamentos municipais, nas áreas do concelho de Setúbal onde a Câmara Municipal tem efetiva jurisdição territorial”.

O protocolo dita, por outro lado, à produtora de televisão o respeito “às tradições, costumes ou crenças da população do concelho de Setúbal, sem prejuízo da adequada caracterização sociológica para efeitos de ficção”.

A Plural compromete-se a evocar as povoações e lugares pelo respetivo topónimo, bem como a incluir “elementos que visem a promoção turística do concelho”.

A autarquia disponibiliza-se a acompanhar as gravações, de forma a garantir o respeito e a observância dos termos dispostos, e a assegurar “a agilização dos procedimentos para a utilização de locais de gravação”, como praças, parques e jardins públicos, fachadas e interiores de edifícios que sejam propriedade municipal, e fachadas de edifícios particulares, desde que previamente autorizado pelos proprietários.