João Morais é O Gajo, músico português e veterano de bandas do punk nacional, que, nesta aventura a solo, explora um universo sonoro feito de intrincados dedilhados numa viola campaniça, também conhecida como viola alentejana.
A música, instrumental e complexa, disciplinada e meticulosa, é, no fundo, a antítese do âmago do anarco-punk que ao longo de cerca de três décadas trilhou do guitarrista o caminho artístico em bandas como Corrosão Caótica e Gazua.
Em Setúbal, na sua segunda pele, um projeto musical com génese em 2016, João Morais apresentou “Longe do Chão”, trabalho em que se reinventa como artista e no qual procura ligar a sua música às raízes populares da cultura portuguesa.
A Sala José Afonso esgotou para ver e ouvir O Gajo, com o público a ter também de ocupar o Salão Nobre, imediatamente ao lado. No total, foram mais de oito dezenas de pessoas a assistir ao concerto dinamizado no âmbito do ciclo Emergências.
Em palco, O Gajo só esteve acompanhado pela viola campaniça, instrumento musical usado nos célebres cantares à desgarrada nas festas e feiras do Alentejo, que o músico descobriu numa incursão a Beja.
