O espetáculo, com pouco mais de uma hora de duração, ficou marcado pelo habitual cunho de qualidade do Opus Ensemble, conjunto criado em 1980, um dos mais galardoados do País e que é vice-presidente da Assembleia-Geral do Conselho Português da Música da Unesco desde 1989.

O conjunto de câmara, constituído por Alejandro Erlich Oliva, no contrabaixo, Olga Prats, no piano, Pedro Ribeiro, no oboé, e Ana Bela Chaves, na violeta, apresentou em Setúbal um reportório fiel ao estilo que o caracteriza nos 33 anos de carreira, interpretando temas de música clássica, erudita, jazz e tango, sem esquecer compositores portugueses, como Laurent Filipe e Joly Braga Santos.

Durante o espetáculo foram ainda apresentadas obras de compositores estrangeiros, com a particularidade de estarem relacionados com génios da música clássica, como Leopolp Mozart, pai de Wolfgang Amadeus Mozart, e Michael Haydn, irmão de Joseph Haydn

Numa reflexão sobre o tipo de música que o Opus Ensemble apresenta habitualmente ao público, em que reúne estilos que, aparentemente, teriam mais pontos divergentes do que convergentes, Alejandro Oliva defende, com alguma dose de humor, uma perspetiva prática e lacónica da forma como o conjunto define a música: “O Opus Ensemble reconhece dois géneros de música: a boa e a má. Simplesmente, optamos pela boa.”

Sobre o regresso a Setúbal, Alejandro Oliva destacou a “exemplar eficácia e extrema sensibilidade da gestão do Fórum Luísa Todi por João Pereira Bastos”, diretor da sala de espetáculos desde que reabriu ao público em setembro de 2012, após complexas obras de modernização do equipamento cultural.

Alejandro Oliva, músico argentino a viver em Portugal, sublinhou “os meios técnicos e humanos fantásticos” do Fórum Municipal, onde existe “um profissionalismo que é louvável não só em Portugal, mas em qualquer parte do mundo”.