Caro munícipe, cara munícipe,

O 15 de Setembro, Dia de Bocage e da Cidade, celebrou-se, em 2012, num momento particularmente importante para a cultura setubalense.

Depois de alguns anos de obras de remodelação, foi reaberta a nossa mais importante sala de espetáculos, o Fórum Municipal Luísa Todi.

Nesta cidade de atores, artistas plásticos, cantores, músicos, poetas e escritores; nesta cidade onde a atividade cultural é, primordialmente, uma emanação popular, uma emanação profunda do saber e da vontade das suas gentes, sentimos especial orgulho por devolver aos setubalenses e azeitonenses uma sala integralmente renovada e modernizada.

Sentimos que cumprimos o nosso dever, que cumprimos os compromissos que assumimos com os nossos cidadãos e sentimos, com cada vez mais intensidade, que a nossa cidade avança rapidamente na consolidação do seu reposicionamento como uma das mais importantes cidades portuguesas.

Uma cidade dotada de gente capaz e sabedora, dotada de equipamentos culturais qualificados e qualificadores, de uma completa gama de serviços à disposição dos cidadãos e que fazem dela o grande polo urbano do que se convencionou chamar a margem sul do Tejo.

Setúbal é das cidades do país com melhor qualidade de vida, o que pode, aliás, ser comprovado por indicadores estatísticos objetivos e credíveis que apresentam a real dimensão desta terra.

Indicadores nas áreas da cultura, das acessibilidades, dos transportes, do saneamento básico.

Indicadores que, esses sim, mostram a nossa realidade objetiva e que não podem ser contrariados por pseudoestudos resultantes de umas quantas opiniões, cujo número é absolutamente irrisório perante a massa de mais de 120 mil habitantes deste concelho.

Como sempre, é, porém, dentro das nossas portas que há mais dificuldade em reconhecer o que somos e o que sabemos. Temos uma crónica propensão para nos flagelarmos por tudo e por nada. Por isso é tão necessário, todos os dias, relembrar que Setúbal é um mundo. Um mundo onde cabem muitos talentos, onde existe património cultural e natural incomparável. Onde se situam algumas das mais importantes empresas do país e que mais contribuem para a riqueza nacional.

Precisamos de ter cada vez mais orgulho no que somos. De ter mais e mais vozes a levar pelo país fora, pelo mundo fora, o que temos para oferecer.

Cada setubalense e azeitonense tem de ser um ativo divulgador da sua cidade e do melhor que ela tem. Tenho a certeza de que será fácil.

Afinal, quem não concordará que temos na Arrábida um extraordinário património natural, que temos um fantástico estuário, com comunidades únicas de golfinhos, e uma das mais belas baías do mundo que levam o nome da nossa cidade bem longe?

Que temos, cada vez mais, excelentes equipamentos culturais, variadas atividades para oferecer, bom peixe, boa gastronomia, bons restaurantes?

Que temos uma verdadeira cidade, que desejamos sem muros nem ameias, como cantava Zeca Afonso, na sua Utopia?

Apelei, no Dia de Bocage, a todos os setubalenses e azeitonenses para que se transformem em divulgadores da terra que amam. Repito aqui esse apelo, para que chegue mais longe, a mais gente que quer e sabe valorizar a sua terra.

Não peço que concordem connosco em tudo, nem peço que não nos apontem erros, falhas, desvios involuntários de percurso. Não é isso que queremos.

Estaremos sempre dispostos a ouvir, a incorporar nas nossas práticas as sugestões, as ideias justas que resultam da participação empenhada e criativa de todos os cidadãos.

O que queremos é que se juntem a nós nesta interminável tarefa de elevar cada vez mais alto o nome da nossa terra.

A cidade que todos amam.

Que não trocariam por qualquer outra.

Maria das Dores Meira
Presidente da Câmara Municipal de Setúbal