Hospital João Palmeiro | Requalificação

Setúbal recupera e partilha com munícipes e visitantes mais um fragmento esquecido da memória coletiva citadina, com a reabilitação parcial do edifício do antigo Hospital João Palmeiro, localizado nas imediações da Igreja de Santa Maria, no centro histórico sadino.


A intervenção, inaugurada ao final da tarde de dia 5 pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, permitiu travar a degradação daquele valioso património, com ações de recuperação da fachada e embelezamento da área envolvente.

“Este é mais um passo para a valorização do nosso património histórico edificado”, afirmou a autarca, ao frisar que “o estado de degradação” a que o imóvel chegou “impunha a intervenção, que, assim, repôs a dignidade do edifício situado na proximidade de uma das mais belas igrejas da cidade”.

O antigo Hospital João Palmeiro, albergaria de fundação medieval, e, provavelmente, um dos mais antigos estabelecimentos do género em Setúbal, destinava-se a recolher e dar cama, água e luz, por três dias, aos peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela ou à Terra Santa.

Do edifício, construído intramuros da povoação e que em 1566 foi absorvido pela Casa do Espírito Santo, instituída pela Santa Casa da Misericórdia local, resiste pouco mais do que os três arcos quebrados sob cornija da antiga unidade de assistência aos pobres, doentes e peregrinos.

As obras de reabilitação do antigo Hospital João Palmeiro incluíram, além da recuperação e limpeza da fachada, agora destacada em período noturno com iluminação cénica, a colocação de portões de madeira e o arranjo da área envolvente, incluindo um novo gradeamento.

Esta intervenção, explicou Maria das Dores Meira, enquadra-se num processo e numa estratégia de recuperação da “memória patrimonial setubalense“, de que são exemplos a reabilitação da Igreja e do Convento de Jesus, com a criação de novas condições para a instalação do Museu de Setúbal, e a remodelação do Largo de Jesus.

A Câmara Municipal promoveu, em diversas ocasiões, o estudo daquele património, tendo realizado, em 2000, sondagens arqueológicas que permitiram identificar vestígios de estruturas, como armazéns, do período romano (séculos II e III), e apurar que, a partir do século XVII, o interior passou a servir como lugar de inumações.

Esta primeira intervenção no antigo Hospital João Palmeiro constitui, destacou a presidente da autarquia, “um ato simbólico” que “recupera a memória coletiva” setubalense, além de informar munícipes e visitantes, em placa com breve resenha, em português e inglês, sobre a “própria história da cidade”.

 

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