A maioria CDU considera que Eusébio da Silva Ferreira, “um dos maiores jogadores de todos os tempos”, falecido a 5 de janeiro, é “um dos raros homens que em vida ascendeu ao restrito clube daqueles a quem o talento tocou de forma especial e irremediável”, alguém “com quem o País vibrou em jogos de emoção feita de lágrimas e alegria”.

Com “humildade e saber complexo de simples jogador de futebol”, Eusébio “fez um Portugal maior, fez dos portugueses gigantes no jogo que mobiliza milhões”, indo ocupar, “eternamente, justo lugar nas memórias de todos os portugueses, o mais importante a que se pode aspirar”.

O voto de pesar refere que, mais do que recordar a “longa biografia de Eusébio da Silva Ferreira, apenas cabe lembrar que foi em Setúbal, ainda no Campo dos Arcos, que o Pantera Negra se estreou oficialmente, a 23 de maio de 1961, pela equipa do Benfica, num jogo que o Vitória ganhou por 4 a 1, com o golo solitário dos de Lisboa marcado por Eusébio”.

Se a estreia pelo Benfica foi em Setúbal, também foi aqui que marcou o último golo pelos “encarnados”, a 23 de março de 1975, “em jogo perdido pela equipa da Luz por 2 a 1 graças a remates de Jacinto João e Duda”.

O texto salienta que o antigo jogador “encarna, com a sua personalidade talentosa e digna, o Portugal dos últimos cinquenta anos” e, “mais do que símbolo de um regime, Eusébio foi, e será, acima de tudo, um símbolo dos portugueses, um homem que Portugal não esquecerá”.

Sem Eusébio, indica o voto de pesar, “é impossível fazer um retrato completo do que foi e é hoje o retângulo lusitano, sem esquecer todas as ligações circunstanciais em que o jogador se envolveu e todos os aproveitamentos de que foi alvo”.

A Câmara Municipal apresenta à família de Eusébio da Silva Ferreira os sentidos pêsames, “assim como a toda a família benfiquista, que o soube acolher e valorizar”.

Também a bancada socialista manifestou “profundo pesar pela morte de Eusébio, associando-se a todas as manifestações populares e à homenagem de Estado”.

Já a coligação PSD/CDS propõe a atribuição do nome de Eusébio a uma rua da cidade, “em homenagem ao homem que tanta notoriedade deu ao País”, considerando-o “um verdadeiro embaixador de Portugal”.