Intervenientes de diversas áreas da sociedade, incluindo forças de segurança, técnicos municipais e autoridades ambientais e de saúde, participaram, na manhã de 29 de setembro, numa ação de apoio à construção do futuro Plano Local de Adaptação às Alterações Climáticas de Setúbal.
A iniciativa, realizada no Auditório do Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal, com quatro dezenas de participantes, foi dinamizada no âmbito dos Planos Locais de Adaptação às Alterações Climáticas para os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra, designados, no seu conjunto, de PLAAC – Arrábida.
O projeto, com atividades calendarizadas até agosto de 2022, visa preparar os concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra para enfrentar os desafios das alterações climáticas com a elaboração de três planos locais de adaptação, os quais procuram aumentar a resiliência e a capacidade de resposta dos territórios.
Um dos objetivos do PLAAC – Arrábida é o desenvolvimento de atividades de sensibilização e capacitação dos técnicos municipais, da comunidade local e dos atores com relevância estratégica para os respetivos fenómenos e para a necessidade de promover os processos de adaptação locais.
A ação de dia 29 de setembro incidiu, sobretudo, na realização de dinâmicas de grupo, que permitiram analisar vários temas políticos, administrativos, económicos e culturais e identificar pontos fortes e oportunidades e pontos fracos e ameaças do município de Setúbal no contexto das alterações climáticas.
O objetivo do projeto é desafiar os municípios a adaptarem-se às alterações climáticas, com a recolha de contributos de diversos agentes locais para escolherem formas de enfrentar as mudanças do clima.
Participaram na sessão atores diretamente envolvidos nesta temática ou cujas áreas de intervenção possam de alguma forma ser afetadas pelos impactes das alterações climáticas, como são os casos de agentes da PSP, da Polícia Marítima e da proteção civil, autoridades de saúde e técnicos municipais, assim como elementos de juntas de freguesias e de organizações não-governamentais.
Até agosto de 2022, o PLAAC – Arrábida contempla mais sessões como a desta manhã, bem como workshops com início em janeiro.
A vereadora do Ambiente da Câmara Municipal, Carla Guerreiro, sublinhou, na abertura do encontro, a importância “de elaborar uma estratégia local de adaptação às alterações climáticas de forma a garantir que o território e a sociedade se preparem para os efeitos da problemática”.
A autarca apontou projetos locais consideradas boas práticas ambientais, de soluções baseadas na natureza para adaptação e mitigação das alterações climáticas, como é o caso do Parque Urbano da Várzea.
“As bacias de retenção da Várzea têm um papel fulcral na mitigação das alterações climáticas, no sentido em que ajudam a diminuir o risco de cheias na cidade”, sublinhou. “Além disso, o futuro parque urbano vai auxiliar como uma estratégia para a mitigação do carbono.”
O PLAAC – Arrábida, que visa contribuir para aumentar a resiliência e a capacidade de resposta dos municípios do território Arrábida, materializa um investimento superior a 165 mil euros, financiado a 90 por cento pelo Programa Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono, do Mecanismo Financeiro EEA Grants 2014-2021.
Os três planos locais que resultarão deste projeto assumem-se como fundamentais para preparar a comunidade para enfrentar os desafios das alterações climáticas.
Com estes instrumentos, pretende-se que o território Arrábida possua condições para reduzir o risco climático, diminuir os eventuais impactes e promover a sua adaptação, identificando e caracterizando vulnerabilidades recentes, atuais e futuras da área, dos setores e da população.
O PLAAC – Arrábida define medidas de adaptação às alterações climáticas a curto, médio e longo prazo, criando ferramentas de apoio para a assistência à população e o ordenamento do território.
Os planos locais de adaptação às alterações climáticas estão a ser desenvolvidos pela ENA – Agência de Ambiente e Energia da Arrábida, promotora do projeto em parceria com as câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra, o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
