“A Via láctea”, “Os migrantes”, “O leitor” e outros poemas de Manuel Gusmão, publicados em obras como “Teatros do Tempo”, “Migrações do Fogo”, “Pequeno Tratado de Figuras” e “Tatuagem & Palimpsesto”, foram lidos pela atriz Fernanda Lapa.
O encontro, integrado na IV Maratona da Poesia de Setúbal, uma iniciativa da Câmara Municipal, este ano dedicado ao tema “O 25 de Abril e a poesia”, contou ainda com o escritor Fernando Martinho, que se referiu a Manuel Gusmão como “um dos maiores poetas contemporâneos portugueses” e que mantém presente, ao longo das suas obras, um diálogo com o leitor.
Manuel Gusmão falou sobre o seu trabalho literário que apela à formação dos sentidos, relacionando-o com a afirmação, enquanto poeta, no mundo quotidiano.
O poeta citou Karl Marx para salientar que “não foi apenas através do pensamento, mas através de todos os sentidos, que o homem se afirmou no mundo objetivo”, estando na formação dos sentidos o trabalho de toda a história do mundo até à atualidade.
“Não se trata apenas dos cinco sentidos, mas também dos sentidos ditos espirituais, mas também dos sentidos práticos (da vontade, amor, etc.), numa palavra, do sentido humano, do carácter humano dos sentidos que se formam através da existência de um objeto, através da natureza tornada humana”, parafraseou Manuel Gusmão.
Após o encontro, a IV Maratona da Poesia de Setúbal terminou com um momento musical, por Manuel Guerra.
Durante todo o dia, foram muitos os alunos das escolas do concelho que participaram nas iniciativas agendadas, como o “Estendal de Poesias”, e encontros com autores.
Outras atividades realizadas foram o espetáculo “Paulo Sanches canta Fernando Pessoa”, uma “Oficina de Poesia”, promovida pela Uniseti – Universidade Sénior de Setúbal, leitura de poemas sobre o 25 de abril, por elementos da Associação da Casa da Poesia de Setúbal, e “Poesias Soltas. Eu também digo!”.
