Às primeiras horas da manhã já dezenas de pessoas, a maioria clientes habituais de outro mercado congénere que funcionava no Jardim do Quebedo, fazem compras e espreitam as bancadas dos sete produtores que aderiram à nova localização.

Cebolas, batatas, acelgas, espinafres, ervilhas, cenouras, maçãs, morangos, alecrim e coentros, mel e plantas para fazer chá, entre muitos outros produtos, dão cor e uma nova dinâmica ao Largo José Afonso, às quintas-feiras.

Melhores condições para quem vende e a centralidade do espaço, de mais fácil acesso para os consumidores, são as principais vantagens da mudança apontadas pela vereadora das Atividades Económicas da Câmara Municipal de Setúbal, Eugénia Silveira.

“O anterior mercado, no Jardim do Quebedo, já estava com pouca visibilidade e foram os próprios produtores que lançaram o desafio para se mudar a localização. Este espaço é o ideal. Passam por aqui muitas pessoas e é um local mais acessível.”

Para já, o mercado é composto por sete produtores de hortofrutícolas, plantas aromáticas e medicinais, mas “tem potencialidade para crescer muito mais e está aberto a todos quantos queiram vir, com mais diversidade de produtos, desde que sejam de origem biológica”.

Depois de um périplo por todas as bancadas, a autarca “não podia estar mais satisfeita”, pois todos se encontram “felizes com o novo espaço” e referem “que já tiveram muitas pessoas a fazer compras, incluindo estrangeiros”.

João Pedro, 31 anos, está pela primeira vez com os seus produtos no Mercado Biológico de Setúbal e é o espelho das palavras da vereadora Eugénia Silveira. “Estou a gostar imenso. Este espaço é formidável. Já tive muitos clientes e outros apenas curiosos.”

Licenciado em Geologia, decidiu há cerca de um ano recuperar um antigo terreno de família, em Courela dos Pegos, no Pinhal Novo, para a agricultura e a escolha foi a produção de hortícolas de modo biológico.

Para o produto chegar em melhores condições ao cliente, prefere a venda direta em mercados como o de Setúbal e está confiante de que vai ser bom para o negócio.

“Penso que vai correr bem. Os colegas que já faziam o mercado no Quebedo incentivaram-nos a vir, dizem que é muito engraçado e que se consegue escoar muitos produtos.”

Isabel Silva, proprietária da Biomimos, em Almada, é uma das produtoras que já vendiam em Setúbal no mercado de produtos biológicos e incentivou outras pessoas a virem para o novo espaço, incluindo uma produtora de pão.

“Quantas mais pessoas aqui estiverem a vender, melhor, pois há maior diversidade de produtos e mais dinâmica, logo chama mais clientes. Espero que a produtora de pão também venha, bem como outros produtores, porque é uma mais-valia para todos.”

No novo espaço, que considera “fantástico”, já recebeu muitos clientes habituais satisfeitos com a mudança e tem expectativas de que a adesão de novos consumidores vai ser boa, não apenas pela nova dinâmica do mercado, mas também porque “cada vez mais as pessoas têm consciência da importância de uma alimentação saudável”.

Foi essa procura que levou Maria Emília, com o marido, a fazer compras no Mercado Biológico de Setúbal.

“Soube da nova localização através do jornal e decidi vir. Os produtos até podem ser um pouco mais caros em relação aos não biológicos, mas não têm químicos, o que compensa em termos de benefícios para a saúde.”

Para os produtores Fábio, proprietário da empresa de agricultura biológica Jardim das 4 Estações, e Catarina, da Horta do Charco, está também em causa a sustentabilidade e a preservação ambiental.

“Esta é a agricultura do futuro, pois muitos dos produtos usados atualmente na produção agrícola serão proibidos e substituídos por outros mais sustentáveis”, sublinha Catarina.

O Mercado Biológico de Setúbal, iniciativa da Câmara Municipal, insere-se numa estratégia de promoção dos produtos locais provenientes da agricultura biológica, realizada através de práticas sustentáveis com benefícios para o ambiente e para a saúde humana.  

O mercado funciona todas as quintas-feiras, no Largo José Afonso, das 09h00 à 15h00.

 

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