No projeto, divulgado pela primeira vez em reunião pública realizada na Casa do Povo de Azeitão, está previsto um conjunto de intervenções que, no global, acaba por reformular, modernizar e embelezar o centro histórico da vila.

A base concetual do projeto tem como finalidade dar primazia à fruição dos arruamentos através da circulação pedonal, ampliando-se a largura dos passeios, colocados, por sua vez, à mesma cota da faixa de rodagem.

O próprio mobiliário, entre o qual se destaca a colocação de bancos, papeleiras, floreiras, expositores e sinalética, será responsável por conferir à vila uma identidade ainda mais vincada, com uma imagem própria e diferenciadora. A faixa de rodagem e os lugares de estacionamento, por exemplo, serão delimitados por canteiros em diversas zonas.

A mesma lógica prevista para a Rua José Augusto Coelho será aplicada a vários arruamentos adjacentes, num projeto de execução desenhado na totalidade por técnicos da Câmara Municipal, responsáveis, inclusivamente, pela criação do mobiliário urbano a instalar.

“Esta opção, de utilizar os funcionários públicos, aqueles que são tantas vezes criticados, já permitiu reduzir os custos associados ao projeto, inicialmente previstos em cerca de seis milhões de euros”, afirmou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira.

A autarca frisou que o projeto, incidindo numa área total de 56.250 metros quadrados, representa um investimento “para cima dos quatro milhões de euros”, o que, tendo em conta os valores em causa, só faz sentido avançar com a empreitada “se a maioria da população assim o quiser e desejar”.

José Minderico, um dos elementos da equipa municipal responsável pela elaboração do projeto, adiantou, na apresentação pública, que, após a conclusão das obras, “pretende-se que as pessoas, novas, velhas, com ou sem deficiências, possam circular livre e desafogadamente por Vila Nogueira de Azeitão, sem esquecer que têm os carros estacionados a poucos metros de distância”.

Para a vila está também prevista a criação de uma rede de transportes públicos, baseada em minibus, pensados especificamente para servir a população em ruas mais estreitas.

No total, foram definidas quatro zonas de ação, estando o projeto concluído em relação às zonas definidas como um e dois, faltando a três e a quatro.

O vereador do Urbanismo, André Martins, esclareceu que a necessidade de elaboração do projeto para as zonas já planeadas, bem como a respetiva apresentação pública, se deve ao facto de a Autarquia estar ciente da abertura para breve de concursos para a atribuição de fundos comunitários para intervenções deste âmbito. “Se abrir uma candidatura, aproveitamos. Não queremos ser apanhados desprevenidos”, garantiu.

Maria das Dores Meira adiantou ainda que o projeto de execução apresentado no dia 20 “já devia ter sido feito há muito tempo”, sendo que o Executivo tem a firme convicção de que deve aproveitar “as candidaturas prometidas”.

A presidente da Autarquia afirmou igualmente que “este projeto é a atual prioridade” da Câmara Municipal, referiu que “o início das obras [para as zonas um e dois] está dependente da abertura das candidaturas”, mas, adiantou, caso não se concretizem esses programas de incentivos, a requalificação avançará “apenas com financiamento da Câmara, o que se prevê que seja possível em 2014”.

A primeira zona de intervenção focaliza-se na área central da Rua José Augusto Coelho e inclui as ruas 9 de Abril, Poeta Sebastião da Gama, da Misericórdia, Engenheiro Soares Franco, Helena Conceição Santos e Silva e Maria da Assunção Castilho, bem como o Largo 5 de Outubro.

O vereador André Martins explicou que “uma intervenção na José Augusto Coelho implica mexer nas infraestruturas, como água e saneamento, mas para isso é necessário mexer também nas infraestruturas das ruas adjacentes”.

Se, por um lado, a rede de saneamento se encontra envelhecida, é igualmente necessária uma intervenção que contemple a renovação do sistema de drenagem de águas pluviais, para minorar os efeitos do fluxo das águas das chuvas nas vias públicas do centro histórico da vila localizada na freguesia de S. Lourenço.

A segunda zona de intervenção tem como principal objetivo o reordenamento do estacionamento. Enquanto na principal rua de Vila Nogueira será proibido o estacionamento, com permissão de paragem apenas para cargas e descargas em áreas específicas, nos arruamentos a norte foram estabelecidas quatro zonas de parqueamento, a que se junta uma outra, já existente, na Praça da República, vulgo Rossio.

Com esta solução, aos 279 lugares existentes em Vila Nogueira acrescem 219, totalizando, no futuro, 490 espaços reservados para o parqueamento de viaturas.

No projeto atual falta completar os planos para as zonas três e quatro, referentes às áreas nascente e poente da Rua José Augusto Coelho.

A população encheu o salão da Casa do Povo de Azeitão para assistir à apresentação do projeto de execução e ver respondidas questões e dúvidas pelo Executivo municipal, num encontro que contou ainda com as presenças dos vereadores Carlos Rabaçal e Pisco Lopes, bem como da presidente da Junta de Freguesia de S. Lourenço, Celestina Neves.