3.º Encontro das Unidades Locais de Proteção Civil

A importância do trabalho das unidades locais de proteção civil, dinamizadas pelas juntas de freguesia para uma resposta célere e eficaz de Setúbal às necessidades provocadas pela pandemia de covid-19, foi destacada a 21 de julho pelo vereador da Câmara Municipal Carlos Rabaçal.


“Uma ação absolutamente decisiva para o êxito da nossa resposta à pandemia em Setúbal e para uma maior proximidade quer do município, quer das juntas de freguesia”, enalteceu o autarca com o pelouro da Proteção Civil no 3.º Encontro das Unidades Locais de Proteção Civil de Setúbal, realizado no Auditório Bocage.

Estas unidades, dinamizadas nas cinco freguesias do concelho, apoiam a execução da política municipal de proteção civil e complementam a ação do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal na identificação de riscos e ameaças, sensibilização das populações, inventário e atualização de meios e recursos.

Mediante este paradigma, Carlos Rabaçal vincou o trabalho realizado ao longo de 2020.  “Um ano intenso, muito focado na pandemia, com as unidades locais a terem um papel fundamental no apoio às populações, nomeadamente a nível alimentar e no acompanhamento de pessoas mais vulneráveis”.

Uma ideia reforçada pelo coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal, José Luís Bucho, que destacou a execução de um conjunto de apoios municipais para a população, sobretudo nos períodos mais críticos de confinamento para conter a pandemia.

Uma das iniciativas consistiu na Linha de Apoio a Bens Essenciais, a qual permitiu apoiar 1467 pessoas através da distribuição de um total de 440 cabazes alimentares, assegurada por voluntários das juntas de freguesia, por intermédio das unidades locais de proteção civil.

O 3.º Encontro das Unidades Locais de Proteção Civil, realizado na noite de 21 de julho, além do balanço e avaliação do trabalho realizado em 2020, procurou refletir e apontar novas perspetivas e estratégias de ação a implementar ao longo do presente ano com vista ao reforço da proteção e segurança da população.

O presidente da Junta de Freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, José Belchior, vincou a importância das unidades “no apoio às populações mais vulneráveis” e, no caso da freguesia a que preside, na concretização de projetos para o reforço do sentimento de segurança e de âmbito social.

Entre as várias ações desenvolvidas, José Belchior apontou o “Quartel Eletrão” como um dos destaques, ao “garantir a recolha de perto de 15 toneladas de monos eletrónicos”, entregues à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Setúbal para que estes possam adquirir mais material de proteção.

Das várias iniciativas, realce, ainda, para a continuidade do projeto “Nós Vamos por Si”, do programa Pro65-Apoio+, que no ano passado chegou a 884 pessoas, e a plataforma de comunicação e gestão de recursos GOO – Gestão Operacional de Ocorrências.

O presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Nuno Costa, aludiu à pertinência das unidades locais de proteção civil. “É a visão de como a proteção civil deve ser encarada, de forma descentralizada e em proximidade com os cidadãos, eles próprios agentes de proteção civil.”

Nuno Costa frisou, igualmente, que “a pandemia de covid-19 veio confirmar a relevância e importância das unidades locais de proteção civil no apoio de proximidade às pessoas, em particular aos mais desfavorecidos”, nomeadamente “idosos em situação de isolamento e munícipes com menos recursos financeiros”.

Já a presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves, falou de uma “experiência enriquecedora” e que, em 2020, “apesar de no território azeitonense as dificuldades provocadas pela pandemia não terem sido tão vincadas como noutras freguesias, foi garantido o apoio a quem precisou”.

Noutra perspetiva, o presidente da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas, afirmou que o trabalho realizado no ano passado no território foi marcado “por problemas de apoio social muito complicados, dos quais, muitos, foram resolvidos por um trabalho constante de proximidade”.

Para dar continuidade a este esforço da junta de freguesia, Rui Canas revelou que está em prática um plano de mitigação e recuperação socioeconómica com 53 ações. “Fizemos aquilo que pudemos e vamos continuar a fazer, dentro das nossas possibilidades, aquilo que as pessoas precisarem.”

O vereador Carlos Rabaçal evidenciou ainda “o apoio global prestado [pelas unidades locais] na ação da proteção civil municipal”, em particular no que respeita à prevenção de incêndios rurais, com a dinamização de “ações de sensibilização de proprietários e acompanhamento da limpeza de terrenos e no estado de manutenção das vias de circulação”.

Neste sentido, vincou, estas unidades locais de proteção civil, as quais são enquadradas pela Lei de Bases da Proteção Civil, “mantêm um trabalho forte e estão empenhadíssimas neste período mais intenso de fogos rurais”, sobretudo com a dinamização de ações de prevenção.

A importância deste trabalho de proximidade no âmbito da proteção civil é meritória e reconhecido, pelo que, “cada vez, mais estão a surgir pessoas interessadas em participar nestas unidades”, adiantou o autarca com o pelouro da Proteção Civil na Câmara Municipal de Setúbal.

“Estas unidades locais de proteção civil têm uma visão global integrada e muito multifacetada daquilo que é, e também o que deve ser, a resposta da proteção civil pelas pessoas que melhor conhecem o terreno e que melhor conhecem a comunidade e o território”, apontou.

Por tudo isto, salientou Carlos Rabaçal, este é um trabalho importante, multidisciplinar, feito com pensamento e planeamento e que importa continuar no futuro, até porque, “tudo o que fazemos no âmbito desta matéria imprime uma enorme segurança nas pessoas.”