A equipa, uma parceria dos Sapadores sadinos e do GIPS – Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro, da GNR, realizou, entre as 22h00 do dia 21 e as 13h00 do dia 22, um exercício, em larga escala, de simulação de uma catástrofe no concelho de Setúbal.

O comandante da CBSS, Paulo Lamego, adiantou no final das operações que “tudo correu como esperado”, realçando que a atuação da equipa, a que se juntou um contingente da Associação Nacional dos Alistados das Formações Sanitárias, cumpriu as expectativas dos vários peritos internacionais de proteção civil que acompanharam o exercício.

“O grande objetivo era saber se estamos em condições de socorrer os nossos cidadãos numa catástrofe em Portugal que envolva estruturas colapsadas. Todas as avaliações indicam que sim. Isso deixa-nos contentes”, sublinhou o comandante da CBSS.

O SETEX reuniu em Setúbal cerca de uma dezena de peritos de proteção civil de vários países da União Europeia, que, além de avaliarem o desempenho da equipa portuguesa no decurso do exercício, partilharam conhecimentos e apontaram caminhos e estratégias possíveis para que Portugal forme a primeira equipa do País certificada pela ONU, de média escala, para atuação na busca e salvamento em estruturas colapsadas.

Além de um seminário técnico, que decorreu no dia 20, no auditório da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal, o SETEX incluiu módulos de treino para que os elementos das diferentes unidades otimizassem procedimentos em conjunto, a que se seguiu, nos dias 21 e 22, o exercício de larga escala.

O simulacro, que envolveu a preparação de cenários nas antigas instalações da Metalimex e junto dos Armazéns Municipais de Poçoilos, incluiu a movimentação e o corte vertical e horizontal de peças de betão com mais de dez toneladas, a atuação em escombros de alvenaria e, por fim, o resgate de vítimas.

“Tratou-se de um exercício com grau de dificuldade elevado. Formaram-se equipas para atuar por turnos, mas, só a intervenção nas estruturas de betão, que durou toda a noite e parte da manhã, foi de tal forma exigente que quase implicou o trabalho em simultâneo de todas as equipas”, acrescentou Paulo Lamego.

Todas as comunicações trocadas durante o EU SETEX – USAR 2015 realizaram-se em inglês, por ser uma valência a dominar nas intervenções desta natureza em cenários de catástrofe registados no estrangeiro.

Com provas dadas em intervenções em caso de colapso de estruturas em Portugal, Paulo Lamego diz que, “talvez daqui a três anos”, se existir o desejo dessa candidatura, poderá ser possível a equipa da CBSS e do GIPS vir a ser certificada pela ONU, através do INSARAG – International Search and Rescue Advisory Group, como uma equipa USAR (Urban Search and Rescue) de média escala, o que viabilizará intervenções internacionais.

No âmbito do Programa de Troca de Peritos de Proteção Civil, da União Europeia, participaram no SETEX especialistas oriundos de países como Hungria, França, Espanha e Grécia.