No “Festival da Ostra”, que decorre até 9 de outubro, o sabor singular deste molusco é complementado por receitas mais criativas preparadas pelos chefs das mais de duas dezenas de estabelecimentos de restauração que aderiram a esta iniciativa.

Na “490 Taberna Latina STB”, onde petiscos como ovos de codorniz, rolinhos de alheira com molho especial e vieira gratinada constam da ementa, a ostra do Sado está também sempre presente no menu deste espaço, a funcionar desde abril e com cozinha aberta das 16h00 à meia-noite.

Rockefeller e diablo são duas das opções existentes neste restaurante para degustar a ostra, que também é servida ao natural, somente temperada com limão e em cama de sal.

Molho bechamel, espinafres e queijo ralado são os principais ingredientes da ostra rockefeller. Já a diablo, preparada com tabasco, molho inglês e pão ralado, desperta sensações mais quentes e latinas. Os ingredientes especiais ficam em segredo com o chef Tozé, responsável pela confeção das iguarias.

“A degustação de ostras ao natural é a mais comum em Portugal. Aqui, damos um toque mais latino a estes bivalves, muito fáceis de trabalhar e que ficam bem com inúmeros ingredientes”, salienta Tozé.

A cerveja, os espumantes e os vinhos brancos da região são os acompanhamentos mais solicitados na degustação destes pratos na “490 Taberna Latina STB”, que encerra à terça-feira.

“Tentamos sempre inovar e dar a conhecer algumas das preparações possíveis da ostra. Os clientes começam timidamente por experimentar mas acabam sempre por repetir, tal é a agradável surpresa de sabores ”, vinca a proprietária do restaurante, Luísa Quintela, que não esconde a sua preferência “A diablo, sem dúvida. É mais spicy”, vinca.

A originalidade e a descoberta de combinações gastronómicas com a ostra são também exploradas no restaurante “O Miguel”, que encerra às segundas-feiras. Ostras pingadas com sumo de romã, com recheio de sapateira, gratinadas, ao natural e ainda em canjinha são alguns dos pratos que podem ser degustados neste estabelecimento, virado ao Sado.

“A canjinha leva o normal. Arroz, espinafres, hortelã, coentros e alho. Já a ostra pingada com sumo de romã é complementada por uma bebida fina. Mas não digo qual é”, explica, entre risos, o chef José Chapa.

Apesar das novas combinações de pratos com ostras, o proprietário do restaurante, Miguel Peixoto, realça que ao natural continuam a ser as prediletas dos clientes. “Ainda assim resolvemos experimentar algumas confeções diferentes, e, quem gosta verdadeiramente de ostras, acaba por experimentar.”

Miguel Peixoto explica ainda que, “qualquer que seja o prato escolhido, a ostra deve sempre ser preparada no momento, de forma a não perder as qualidades”. O proprietário destaca ainda a importância da realização deste festival, constituindo “uma mais-valia turística para a cidade”.

No centro histórico, em pleno Bairro da Fonte Nova, a ostra também pode ser degustada. “Aqui só há ostra ao natural”, orgulha-se Michel Robles, um dos proprietários do “Kefish”. A opção é simples de explicar e tem origem nas raízes de Michel e Stephane Sammut, outro dos proprietários. “Em França, tradicionalmente, come-se ostra crua”, salienta.

Acompanhadas de pão barrado com manteiga, as ostras servidas no “Kefish”, que encerra aos domingos à noite e às segundas-feiras, são complementadas com um molho de vinagre balsâmico com chalotas. “É para contrastar o sabor”, explica Stephane.

A oferta gastronómica no âmbito do “Festival da Ostra” envolve ainda os restaurantes Baía do Sado (encerra às segundas-feiras, após almoço), Baluarte da Avenida, Café com C (encerra às segundas), Casa Morena (encerra às segundas), Champanheria (encerra aos domingos), Copa D’Ouro II e Estuário do Sado.

O elenco dos espaços participantes inclui também o Hotel do Sado (encerra aos domingos), a Marisqueira “O Fernando” (encerra às quintas-feiras), o Nácus (encerra ao domingo), a Nova Boia (encerras às quintas), o Novo 10 (encerra às quartas), O Bocas (encerra aos domingos à tarde e às segundas) e o Convés (encerra às quintas).

A lista fica completa com o Peixe & Cia. (encerra às terças), a Pérola da Mourisca (encerra às terças), o Poço das Fontainhas (encerra às segundas), a Pousada de S. Filipe, a Tasca das Marés (encerra às quintas), a Terra e Mar (encerra às segundas), a Ti Prudência (encerra às terças) e a Xica Bia (encerra aos domingos).

O “Festival da Ostra”, a decorrer até 9 de outubro, inclui outras iniciativas, como a sessão “Ostras com Sentidos”, de apelo aos cinco sentidos, através de um workshop e uma exposição, dia 2, a partir das 18h30, na Casa da Baía, localizada na Avenida Luísa Todi, n.º 468.

O chef Óscar Fernandes e Miguel Peixoto conduzem o workshop, no qual o público é convidado a participar. As ostras serão preparadas em sopa, em canjinha, gratinadas com algas, ao natural com espuma de lima, com recheio de sapateira e pingadas com sumo de romã.

Durante o encontro estarão expostas obras da artista plástica Paula Lima, numa mostra intitulada “Ostras com Arte – das coisas… nascem coisas”.

Uma sessão de degustação dirigida por Mário de Brito Pinheiro, com apontamento musical do grupo de blues Eddie & Charlie, decorre no dia 8, às 18h00, também na Casa da Baía.

Na Herdade da Mourisca, Faralhão, dia 9, a partir das 17h00, numa iniciativa integrada no evento ObservaNatura, realiza-se uma mostra com degustação, orientada por profissionais da Sapalsado, produtora de ostras.