“Esta é uma causa. Uma causa pelas bandas portuguesas e, acima de tudo, uma causa pela região, distrito de origem de muitas bandas de rock, como os UHF. É uma causa também por esta cidade, Setúbal, que merece aparecer nas notícias e no mapa pelos melhores motivos e que com este evento entrará na rota dos festivais portugueses”, afirmou Carlos Oliveira, que, juntamente com Pedro Gomes, dinamizou a criação do novo certame, apresentado no dia 20 na Sala Multiusos do Fórum Municipal Luísa Todi.

Ao todo são 14 bandas portuguesas a atuar nos três dias do festival, organizado pela CJP – Produção de Eventos, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, entre outras parcerias. No cartaz, além de Moonspell e UHF, sobressaem nomes de grupos como RAMP, Quinta do Bill, Alcoolémia, Noidzz e Kandia.

Pedro Gomes é claro nos objetivos pretendidos com o novo evento. “Devia haver mais dez festivais destes para promover a música portuguesa. No caso desta iniciativa, o padrão será sempre o rock nacional, pode ser mais leve ou mais pesado, mais ou menos conhecido, mas será sempre rock e português.”

O carismático vocalista dos UHF, António Manuel Ribeiro, acarinhado pela organização como padrinho do evento, confessou que quando foi convidado a abraçar o projeto chegou “a ter muitas dúvidas”, mas rapidamente percebeu que “esta é claramente uma ideia com muita força e com grandes hipóteses de sucesso”.

A presidente da Autarquia sadina, Maria das Dores Meira, também presente na apresentação do festival e tratada por “madrinha”, recordou a desconfiança com que recebeu Pedro Gomes e Carlos Oliveira quando estes pediram o apoio do Município para a organização do evento. “Normalmente, nestas situações, as pessoas dizem que organizam mas depois pedem tudo à Câmara. Não foi este o caso. Hoje, vejo a dimensão que o festival ganhou. É motivo de orgulho.”

Com o festival a realizar-se no Parque Sant’Iago, local onde decorre anualmente a Feira de Sant’Iago, uma das maiores a sul do Tejo, Maria das Dores Meira sublinhou a vocação do recinto para acolher grandes eventos, acrescentando que a Autarquia vai proceder já em 2014 a intervenções de melhoria daquela infraestrutura.

Uma das facetas do festival com que Pedro Gomes conta impressionar mais o público reside na própria natureza dos concertos.

“Em eventos deste género as bandas tocam uns 45 a 60 minutos. Neste caso, não. A união é grande. Estamos todos com o mesmo propósito em mente: promover a música portuguesa, fazer um grande festival e ter o público sempre no pensamento. Por isso os grupos vão tocar o que entenderem, com o ‘set’ que acharem melhor. Os Moonspell, por exemplo, vão avançar com um concerto com mais de duas horas”, adiantou.

O dia 7 de junho representa a noite mais “pesada” do Rock no Rio Sado. Com as atuações a começarem às 19h00, o cartaz do dia inaugural do certame integra Moonspell, RAMP, Lowtorque e Grog.

A 8, “dia de rock contemporâneo, com bandas novas atualmente em ascensão”, Carlos Oliveira anunciou que sobem ao palco, a partir das 17h00, Noidzz, Kandia, The Fuzz Drivers e Dream Circus.

A finalizar, a 9, “num regresso às origens do rock português”, a primeira edição do certame setubalense conta, a partir das 17h00, com UHF, Quinta do Bill, Alcoolémia e RedLizzard.

Após os concertos a música prossegue todos os dias na tenda lounge, onde os DJ António Freitas, Rui Santos e DJOaNa continuam a debitar rock das colunas.

O recinto do Parque Sant’Iago inclui ainda uma área de campismo, de acesso gratuito para os possuidores do passe de três dias, com o preço de 30 euros.

Quem quiser pernoitar no espaço, mas preferir acomodações já preparadas ao invés de levar material de campismo, também o pode fazer. A empresa Sleep’am’all vai estrear em Portugal um serviço pago de acomodações, localizadas numa área reservada com lotação para 90 pessoas e preparada, entre outras valências, com bar e música ambiente próprios.

Em paralelo, Pedro Gomes realçou que em cada dia “as portas vão abrir logo de manhã e as pessoas vão poder assistir aos ‘sound check’ das bandas”, sendo que estão previstas inúmeras atividades dinamizadas por bares, por um clube motard e pela própria organização, incluindo ainda animações de rua a cargo do Teatro Animação de Setúbal e do Chapitô.

Pedro Gomes e Carlos Oliveira, amigos de longa data, recordaram que a ideia de organizar um festival em Setúbal começou há 22 anos. “Há dois anos voltámos a falar no assunto e achámos que era o momento de colocar a cidade e a música portuguesa debaixo dos holofotes e pelos melhores motivos”, frisou Carlos Oliveira.

O movimento criado em torno do certame, tanto pelos apoios reunidos, como pelas próprias bandas, leva Pedro Gomes a considerar “que está aqui um bocado do espírito do Rock Rendez Vous”.

A projeção e divulgação regional, recordam, está também presente “não apenas pelas várias bandas oriundas do distrito de Setúbal, mas também pelos imensos stands gastronómicos que vão servir pratos tão típicos desta terra, como o choco frito e a sardinha assada”.

A organização estima que passem pela primeira edição do Rock no Rio Sado entre 30 a 40 mil pessoas.

Além dos passes de três dias, a 30 euros, estão também disponíveis bilhetes diários a 15 euros.

As entradas podem ser adquiridas através da internet, em www.bilheteiraonline.pt, ou em lojas FNAC, Worten, agência ABEP, estações dos CTT, na loja Vitrola, localizada na Baixa de Setúbal, e nos espaços municipais Casa da Baía, Casa da Cultura e loja Coisas de Setúbal.