“Rosas de Ermera”, documentário de Luís Flipe Rocha estreado na última edição do festival cinematográfico IndieLisboa, parte das memórias de Maria e João Afonso, irmãos sobreviventes do cantautor português Zeca Afonso, para contar uma aventura familiar numa época funesta da história de Portugal.

O filme, ancorado em cartas e fotografias, relata o episódio de separação da família Afonso dos Santos em 1939, em Lourenço Marques, Moçambique. Os pais e a filha mais nova partem para Timor-Leste, por razões profissionais, e os dois irmãos, João e José, viajam para Coimbra, para continuarem os estudos.

Com o início da II Guerra Mundial, a ilha de Timor-Leste é ocupada pelo Japão, que cria dois campos de concentração nos quais estiveram presos portugueses, incluindo os pais e a irmã de Zeca Afonso. A família Afonso dos Santos, que se julgava separada para sempre, reencontra-se seis anos depois.

“Rosas de Ermera”, que foi igualmente exibido no festival Filmes do Homem, em Melgaço, tem o título inspirado nas rosas existentes em Ermera, distrito do interior de Timor-Leste, cujo cheiro das flores permanece ainda nas memórias de Mariazinha, irmã de Zeca Afonso.

O programa especial em torno de “Rosas de Ermera” teve início no dia 11, no Cinema Medeia Monumental, em Lisboa, e percorre várias salas do país em cidades como o Porto, Coimbra e Braga, além de Setúbal, sempre com a participação do realizador Luís Filipe Rocha.