O “Centro de Memórias das Ruínas Romanas de Troia”, com origem num protocolo de colaboração celebrado no início do ano entre a Câmara Municipal de Setúbal e o Troiaresort, procura colmatar, num primeiro ângulo, lacunas investigativas que resultaram de várias explorações arqueológicas ao local durante o século XX e que foram particularmente ativas na década de 60.

Muitas dessas antigas campanhas contaram com o contributo de vários voluntários e, embora as intervenções tenham enriquecido os conhecimentos existentes sobre as ruínas, careceram, por vezes, de registos documentais que relatassem e descrevessem os trabalhos desenvolvidos.

Essa falta sistematização científica é mais evidente noutras campanhas arqueológicas da primeira metade do século XX, em que, inclusivamente, participaram figuras notáveis da sociedade setubalense, como Arronches Junqueiro, António Inácio Marques da Costa e D. Rodrigo de Lencastre.

O projeto que agora inicia, conduzido por arqueólogos e técnicos da Câmara Municipal e da Equipa das Ruínas Romanas de Troia, consiste em entrevistas a realizar, preferencialmente, no próprio local arqueológico, localizado na Península de Troia.

A equipa vai também registar as memórias de pessoas com diferentes vivências relacionadas com as ruínas, uma vez que aquele espaço está intimamente associado a inúmeras atividades culturais e antropológicas contemporâneas, desde simples passeios a festas tradicionais.

Os interessados em contribuir com depoimentos para o “Centro de Memórias das Ruínas Romanas de Troia” podem inscrever-se ou solicitar mais informações através do telefone 939 031 936, do endereço centromemoriasruinastroia@gmail.com ou ainda na página de Facebook do projeto.

As Ruínas Romanas de Troia são um sítio arqueológico classificado como Monumento Nacional a partir de um decreto-lei de 16 de junho de 1910. Trata-se de um extenso povoado industrial dedicado à salga e produção molho de peixe para exportação para todo o Império Romano.