Uma viatura plataforma de grandes dimensões, com um alcance máximo, em altura, de 43 metros, é a nova estrela da companhia de sapadores, adquirida no âmbito do “Resiliência Setúbal +”. O veículo, vocacionado, sobretudo, para missões de salvamento, pode também ser utilizado em cenários de combate a incêndios.

“Mais que o reforço da capacidade operacional da companhia, esta viatura permite uma maior abrangência de intervenção em vários teatros de operação, sobretudo em salvamento e também no combate a incêndios”, sublinhou Paulo Lamego, comandante da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal (CBSS).

A maior flexibilidade de intervenção, um dos principais ganhos para esta companhia, é alcançada com a plataforma da viatura que pode ser manobrada, simultaneamente, na vertical até um máximo de 33 metros de altura, e também na horizontal, num alcance até dez metros.

“Esta polivalência de atuação permite alcançar locais de difícil acesso, como são exemplo algumas áreas no centro histórico. Neste caso, a viatura plataforma avança até à zona mais próxima possível do local a intervir, enquanto a missão é executada pela plataforma”, adianta o comandante da CBSS.

Uma cesta instalada no topo da plataforma, com capacidade de carga até 500 quilos, é outra das principais mais-valias de utilização no novo veículo. “Conseguimos colocar, rapidamente, operacionais e material em locais a grandes alturas, assim como efetuar resgates mais céleres”, afirmou Paulo Lamego.

A par deste equipamento, a viatura plataforma de 35 toneladas está apetrechada com um jato de água de alto débito com possibilidade de controlo remoto, assim como um gerador de energia elétrica e tanques de ar comprimido. Está igualmente preparada com tubagem para o fornecimento de ar respirável e água. 

No âmbito da candidatura “Setúbal Resiliência +”, que materializa um investimento global de 2 milhões, 662 mil e 457,78 euros, já chegaram à Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal três contentores logísticos, um deles dotado de um conjunto de modernos materiais para salvamento e resgate.

Os contentores logísticos, dotados de isolamento térmico, estão aptos para atuação em qualquer teatro de operações, em qualquer parte do mundo. A conceção estandardizada dos equipamentos permite que sejam transportados por meios terrestres, marítimos e aéreos.

Os 60 metros quadrados de área máxima de utilização permitem uma multiplicidade de aplicações dos contentores, desde logo o transporte de materiais, incluindo embarcações semirrígidas, mas também podem funcionar como postos avançados de comando, hospitais de campanha ou refeitórios.

Um dos contentores logísticos está equipado com material de última geração para busca, salvamento e resgate de vítimas em edifícios, estruturais colapsadas e espaços confinados. “É um grande avanço em termos operacionais e de logística”, salientou Paulo Lamego.

Nesta área, merecem destaque os equipamentos de corte e perfuração, entre os quais um hidráulico para demolições, ferramentas para uso em veículos elétricos, a par de detetores sísmicos e de gases, assim como de lanternas que podem ser utilizadas em cenários potencialmente explosivos.

No âmbito do “Resiliência Setúbal +” está ainda previsto chegar à companhia de sapadores, até ao final do ano, mais um conjunto de equipamentos, nomeadamente um veículo de socorro e assistência especial, direcionado para acidentes rodoviários, com material de corte e uma grua para elevar grandes cargas.

Um veículo especial de combate a incêndios, especialmente vocacionado para ocorrências na área industrial, é outro dos equipamentos em trânsito. Está dotado de um depósito com capacidade para nove mil litros de água e mil de espumífero, assim como com dois jatos de água de ataque a incêndios. “É uma mais-valia brutal na proteção industrial”, realçou o comandante da CBSS.

Além do reequipamento do contentor químico, concretizado graças a uma candidatura com financiamento comunitário, está prevista a chegada de um veículo todo o terreno especialmente preparado para intervenções em situações de incêndio em áreas florestais.

“Todos estes equipamentos tornam a companhia mais eficaz, com atuações mais especializadas que abrangem cenários urbanos, florestais, industriais e ainda o porto”, destacou Paulo Lamego, adiantando que este apetrechamento operacional motiva “um trabalho extra na elaboração de procedimentos”.

Este programa, comparticipado com fundos comunitários no valor de 2 milhões e 67 mil e 429,95 euros, já dotou os sapadores de outros materiais e equipamentos, nomeadamente o recheio do modernizado Centro Municipal de Operações de Socorro, assim como 65 equipamentos de comunicação SIRESP – Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal.

O “Resiliência Setúbal +” é promovido no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional e enquadrado no regulamento de Prevenção e Gestão de Riscos do Programa Operacional Temático Valorização do Território – Eixo III “Equipamento operacional de proteção civil e veículos para operações de socorro de proteção civil”.

O reforço da arquitetura e desenvolvimento do sistema de informação de proteção civil, concelhia, regional e nacional, incluindo as vertentes de comunicações, alerta, monitorização e localização, a par do apetrechamento operacional de proteção civil, veículos e equipamentos para operações de socorro são objetivos do programa.

O “Resiliência Setúbal +”, que assegura o aumento da capacidade de intervenção da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal e os níveis de segurança pública das populações, contribui, à sua escala, para a construção do Sistema Nacional de Gestão de Emergência e Estruturação da Rede de Proteção Civil.