O festival conta com a participação de 27 restaurantes aderentes, cada um a apresentar confeções gastronómicas específicas tendo por base a sardinha, propostas que vão desde os pratos mais típicos, como a versão assada, até receitas mais elaboradas, que sugerem degustações diferentes daquele tipo de pescado.

No último dia do evento gastronómico, a 9 de julho, realiza-se uma degustação comentada a cargo de elementos da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, com início às 18h00, na Casa da Baía – Centro de Promoção Turística,

A iniciativa, de participação gratuita, requer inscrição até 6 de julho, nas instalações da Casa da Baía, localizada na Avenida Luísa Todi, ou através do telefone 265 545 010 ou do endereço turismo.setubal@mun-setubal.pt.

No Festival da Sardinha, organizado pela Câmara Municipal e a Associação Baía de Setúbal, com o apoio da Lallemand, da Makro e da Docapesca, participam os restaurantes Adega Leo do Petisco, Antóniu’s, Baluarte da Avenida, Bombordo, Cantinho dos Petiscos, Casa do Mar, Convés, Copa d’Ouro, Estuário do Sado e Ferribote.

A lista de restaurantes aderentes inclui, igualmente, Mar Azul Snack-Bar, Novo 10, Petisqueira O Manuel, Poço das Fontainhas, Rebarca, Restaurante do Rio, Ribeirinha do Sado, Rius VIP, Solar do Marquês II e Taberna de Azeitão.

Taberna Grande, Taberna Típica “O Pescador II”, Tasca da Fatinha, Tasca das Marés, Tasca do Xico da Cana, Tasca Kefish e Verde e Branco completam o elenco dos espaços de restauração onde se pode prova os melhores pratos de sardinha durante o certame.

O Mercado do Livramento foi, na manhã do dia 23, palco de uma aula de culinária ao vivo que marcou o arranque do certame.

A sardinha de Setúbal, eleita uma das “7 Maravilhas da Gastronomia” de Portugal, em 2011, inspirou a chef Patrícia Borges, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, a confecionar dois pratos inovadores.

Polenta de alface-do-mar com sardinha em conserva e migas de broa doce, tomate e couve-portuguesa com filetes de sardinha em citrinos foram pratos “desenvolvidos especialmente para apresentar nesta iniciativa”, com o objetivo de proporcionar “algo diferente aos setubalenses”, indicou Patrícia Borges.

A aula, organizada pela Docapesca e pela Câmara Municipal de Setúbal, começou com a explicação de como é confecionada esta polenta especial e Carolina Piedade, 82 anos, ouviu atentamente tudo o que a chef disse.

“Fui das primeiras a chegar, pois vim hoje propositadamente ao mercado para assistir a esta aula. Já viu que este é o mercado mais bonito do mundo? E olhe que conheço muitos, em vários locais de Portugal e noutros países”, garantiu.

Entretanto, continuaram as explicações da chef Patrícia ao mesmo tempo que fritava a polenta confecionada com alho, azeite e alface-do-mar. Depois fez o empratamento com a polenta por baixo, um pouco de molho de pimentos assados por cima e, finalmente, sardinha em conserva de Setúbal.

“Esta é uma ideia para consumirem a sardinha em conserva quando não há pescado fresco ou quando não podem comprar”, sublinhou a chef.

Os clientes do mercado aproximaram-se para provar a iguaria e Carolina, que acompanhava desde o início, até deu uma sugestão.

“A chef e a pessoa que está a ajudá-la tiraram a espinha à sardinha em conserva e eu disse-lhes que não precisam de o fazer, pois a espinha tem muito cálcio.”

O prato foi aprovado por Carolina e por todos os que o provaram, incluindo um grupo de turistas franceses que fotografou a aula e tentou perceber como se fazia a receita, apesar das diferenças linguísticas.

Seguiu-se o segundo prato, migas de broa doce com filetes de sardinha, e a chef Patrícia Borges mostrou como se cortam os filetes.

Um grupo de amigas, do qual fazia parte Teresa Silva, 66 anos, aproximou-se e ouviu as explicações da chef, que começara a fazer um refogado com cebola e alho picado, para depois confecionar as migas, com produtos adquiridos no Mercado do Livramento.

Com as migas quase prontas, começou a fritura das sardinhas em azeite e a chef apercebe-se de que vai necessitar, mais uma vez, dos produtos frescos do mercado. “Qual dos meus vizinhos me arranja um molho de coentros?”

Prontamente, é-lhe entregue a erva aromática que vai dar mais sabor ao prato que também é aprovado por todos os “alunos”.

Teresa Silva garantiu que vai fazer a receita em casa e sublinhou a importância desta iniciativa para “promover a cidade e o mercado”.