Sob o tema da Empregabilidade Digital, há muito para ver e experimentar no evento, organizado pela escola de programação E-Code, da empresa EDUGEP, e a Associação Nacional de Professores de Informática, no âmbito da Coligação Portuguesa para a Empregabilidade Digital, com apoio da Câmara Municipal de Setúbal, e que foi inaugurado pela presidente da autarquia, Maria das Dores Meira.

O auditório, a biblioteca e o refeitório da Dom João II estão, durante dois dias, ocupados por diversos espaços com workshops, stands temáticos, demonstrações de produtos e serviços, atividades para famílias e jovens, concursos de robótica, torneios de Minecraft, Counterstrike e FIFA 16 e uma conferência de especialistas que reúne, em Setúbal, a elite da informática portuguesa para refletir sobre o tema da empregabilidade digital.

Cerca de vinte expositores apresentam as mais recentes novidades e o que de melhor se faz em Portugal e no mundo na área tecnológica.

Dezenas de alunos da Escola Secundária Dom João II já faziam filas, pela manhã, para participar em diversas demonstrações interativas, na área da robótica, da impressão e modelação 3D, de realidade virtual e de aplicações educativas.

A animação é muita também no local onde cerca de duas dezenas de jovens experimentam, no chamado “Museu dos Videojogos”, consolas e jogos de outros tempos, para ficarem a conhecer como antes se jogava neste tipo de equipamentos.

Mas quanto aos jogos mais modernos até se fazem competições e no dia 3, pela noite dentro, dezenas de jovens participam na Lan E-Tech para disputarem o título de melhor jogador de Minecraft, Counterstrike e FIFA 16.

De salientar ainda concursos na área da robótica, cujos stands de demonstração das potencialidades deste tipo de produtos foram dos mais visitados durante a manhã, incluindo o do Clube de Robótica da Escola Secundária Dom João II.

Paralelamente à Feira Tecnológica está previsto um ciclo de conferências sob a temática da empregabilidade digital, com responsáveis de multinacionais, investidores, investigadores e profissionais.

A intenção é “criar motivos de interesse, fornecer um cruzamento entre parque de diversões tecnológico, mostra de arte tecnológica e evento que se visite em família, mas também de reflexão e promoção da empregabilidade digital, de integração de áreas tão diferentes como os jogos e a produção de saberes nas universidades”, salientou esta manhã na sessão de abertura o diretor executivo da EDUGEP, António Gonçalves.

A EDUGEP, empresa que integra a E-Code, aposta na realização de uma feira que é, ao mesmo tempo, destinada a profissionais, especialistas ou investigadores da área, ou, simplesmente, curiosos que querem ver o último gadget.

“Trabalhámos muito para vos proporcionar um evento único. Ambicionamos que esta marca, a E-Tech, venha a ser um evento de referência, não em qualquer outro sítio, mas em Setúbal, onde estamos certos de que há lugar para eventos desta dimensão”, afirmou António Gonçalves, que aproveitou para lançar o repto à presidente da Câmara Municipal de Setúbal para “abraçar” a vontade de reforçar o posicionamento de Setúbal no mapa de Portugal digital.

“O desafio é o de acarinhar o evento, não necessariamente com subsídios, mas na lógica de apoiar uma ideia para a cidade e para a região, para potenciarmos o que de muito bom se faz por cá na dimensão tecnológica e que muitos dos parceiros aqui presentes evidenciam. O objetivo é agarrar as potencialidades que o digital nos coloca e fazer deste pioneirismo uma referência.”

Maria das Dores Meira aceitou o desafio, ao reconhecer a importância de o certame se realizar “junto ao Sado”, onde há “gente preparada, capacidade crítica, vontade de progredir e estabelecimentos de ensino de qualidade”.

Para a presidente da Câmara Municipal de Setúbal é importante falar no certame não apenas como o maior do género a sul do Tejo, mas como um dos maiores eventos tecnológicos a norte do Sado. “Temos de fazer cada vez mais do nosso rio o centro de uma grande região e não a periferia do Tejo.”

A autarca sublinhou ainda que a questão que se coloca atualmente na área da tecnologia, e que justifica a realização de eventos desta natureza, é “saber o que se pode fazer, ou melhor, o que se deve fazer para melhorar as competências digitais de pessoas que têm com os computadores uma relação diferente”.

Isto porque, indicou, “tal como no passado foi crucial a alfabetização de adultos no pós-25 de Abril, hoje é fundamental pensar como alfabetizar informaticamente os adultos”.

Já para a presidente da Associação Nacional de Professores de Informática, Fernanda Ledesma, uma das principais questões passa por “dar formação aos alunos sobre as regras de segurança da internet”, uma vez que, “muitas vezes, os pais não conseguem ensiná-los como devem comportar-se na vida digital”.

A responsável considera, ainda, muito importante o empreendedorismo dos professores, que “devem saber inovar todos os dias e integrarem as tecnologias de forma adequada nas aulas”.

De entrada livre, a E-Tech proporciona dois dias plenos de atividades e desafios tecnológicos e intelectuais, bem como conferências, que têm como objetivos refletir sobre a importância crescente das Tecnologias da Informação, Comunicações e Eletrónica, em Portugal, e divulgar a empregabilidade digital como aposta no futuro.

Hoje, realizam-se as primeiras sessões da conferência “5 Questões à volta da Empregabilidade Digital”, tendo a primeira decorrido da parte da manhã, com o tema “Trabalhar para nascidos e fabricados” e, durante a tarde, decorrem as sessões “2020 Odisseia Digital – Portugal estará preparado?”, até às 17h00, e, entre as 17h30 e as 19h00, há um painel subordinado ao tema “Empreendedorismo digital, It’s a kind of Magic?”

A conferência prossegue amanhã, da parte da manhã, com o painel “Recursos Tecnológicos na Educação”, a realizar-se entre as 9h30 e as 11h00, a que se segue uma sessão com o tema “1500 empregos digitais! Mito ou realidade”.

A iniciativa prossegue da parte da tarde, com a continuação da reflexão sobre o tema “2020 Odisseia Digital – Portugal estará preparado?”, entre as 14h30 e as 16h00, a que se segue, entre as 16h30 e as 17h30, o painel “Tecnologias, para onde caminhamos? Perspetivas e Estratégias”.  

A E-Tech encerra com uma sessão de entrega de prémios e distinções aos participantes nos torneios de jogos e nos concursos de robótica, marcada para as 17h30.

Além das entidades organizadoras e do apoio da Câmara Municipal de Setúbal, o evento tem como parceiros a Google, a Microsoft, a IBM, o IEFP, o IAPMEI, a Direção-Geral de Educação, a Agência Nacional de Inovação, a ANJE, o Instituto Politécnico de Setúbal, a CDI Portugal, a Universidade de Lisboa, a Porto Editora, a Promethean, a APDSI e a ATEC, entre outros.