Rui Pedro Tendinha filma magazine de cinema CineTendinha em Setúbal

O jornalista e crítico cinematográfico Rui Pedro Tendinha está a fazer uma residência em Setúbal para filmar as rubricas do seu magazine semanal de cinema CineTendinha, o qual é transmitido em canais SIC e suportes digitais.


A cidade é, desde o final de março, pano de fundo das rubricas semanais do magazine CineTendinha, com a duração de cerca de dez minutos, nas quais Rui Pedro Tendinha explora o universo cinematográfico, do cinema mainstream dos grandes circuitos a filmes menos conhecidos e projetos de realizadores emergentes.

“Estou em Setúbal, de armas e bagagens, com o programa para fazer um olhar sobre a cidade e o cinema”, afirma o jornalista, ao apontar a descoberta da Casa das Imagens Lauro António, do Fórum Municipal Luísa Todi, do Cinema Charlot – Auditório Municipal e da Casa da Cultura como locais privilegiados para a divulgação cinematográfica.

Rui Pedro Tendinha adianta que, além dos vários eventos ligados ao cinema, a realização do magazine CineTendinha no âmbito desta residência é impulsionada “pela quantidade de filmes que estão a ser feitos em Setúbal, cidade que, enquanto location de cinema, está a ficar cada vez mais na moda”.

Sobre o programa, diz que procura causar sempre surpresa no público. “A ideia é as pessoas nunca saberem o que vão ver. Posso por uma estreia de um filme coreano ou um blockbuster de Hollywood. Posso falar com um cineasta conhecido ou com um ator emergente. Gosto desta perspetiva de mistura.”

Nas rubricas feitas a partir da cidade sadina, Rui Pedro Tendinha tem vindo a entrevistar realizadores setubalenses, casos de André Marques, que falou sobre a sua primeira longa-metragem “O Bêbado”, e João Bordeira, a desenvolver um conjunto de documentários sobre as comunidades locais.

“Tenho sentido que Setúbal é uma cidade com muitos espetros sociais e de dimensões humanas e isso, como se diz, ‘cai que nem ginjas’, sobretudo quando se fala do cinema do real. Trabalhos documentais são essenciais para preservar memórias e tradições e, por isso, é importante haver contadores de histórias audiovisuais.”

Nesta residência, o jornalista e crítico cinematográfico lança o desafio a pessoas do cinema para conversas em Setúbal, como foi o caso do realizador Fernando Vendrell, entrevistado numa das rubricas para falar do mais recente trabalho e, também, explanar sobre a relação com a cidade.

Rui Pedro Tendinha diz, em tom de brincadeira, ser um escravo do cinema, num misto de prazer e de obrigação. “As coisas misturam-se. O cinema tira-me tempo livre, e eu também gosto de estar em modo dolce far niente. Fico um pouco escravo da minha paixão, mas, quando se gosta, as algemas não ferem tanto.”

No programa CineTendinha, o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, destacou que “Setúbal é uma cidade inspiradora para o cinema, com um cenário natural de excelência, com o rio azul e a serra verde, e, também com tradição, cultura e identidade que marcam a diferença”.

O autarca realçou que o cinema “tem lugar de destaque na programação cultural de Setúbal”, a que acresce um espaço próprio para a divulgação cinematográfica, referindo-se à Casa das Imagens Lauro António – Biblioteca, Mediateca e Arquivo, a qual “acolhe o espólio de Lauro António”.

O vereador Pedro Pina enalteceu o facto de Setúbal possuir “a particular condição de ter um cinema municipal [o Cinema Charlot – Auditório Municipal], o que já não é muito comum ver-se em cidades com esta dimensão, com programação semanal regular a preços acessíveis”.

O autarca explanou ainda sobre iniciativas cinematográficas, algumas em parceria com o movimento associativo, que decorrem ao longo de todo o ano, casos do Film Fest – Festival de Cinema Musicado ao Vivo, da extensão da Festa do Cinema Italiano e dos programas municipais Set’Curtas e Cinema ao Ar Livre.

As rubricas de Rui Pedro Tendinha podem ser visualizadas gratuitamente no site da SIC,assim como no site oficial do CineTendinha e no canal de Youtube desta magazine sobre cinema.