“Ano após ano, Setúbal recorda o projeto missionário de S. Francisco Xavier, uma missão envolta numa enorme atualidade e que continua, constantemente, a desafiar-nos a ir ao encontro do próximo”, sublinhou o vereador da Cultura da Câmara Municipal, Pedro Pina, no ato simbólico realizado no dia 3.

Na homenagem a S. Francisco Xavier, o autarca frisou que a visão do padroeiro de Setúbal ainda é atual “na partilha de caminhos” para a construção de uma cidade com todos e para todos.

O bispo de Setúbal afirmou que S. Francisco Xavier “não é um santo para estar dentro das igrejas”, ao aludir à personalidade e missão de uma individualidade “que é do mundo e das pessoas”, marcada pela “transcontinentalidade que está na origem da Igreja”.

D. José Ornelas, ao revelar que, pessoalmente, se identifica com o projeto de S. Francisco Xavier, salientou as semelhanças entre o padroeiro e a cidade. “Teve a capacidade de inter-relação e de aproximação a diferentes culturas e foi marcado por uma grande itinerância.”

Já o presidente da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, Machado Luciano, deu as boas-vindas ao novo bispo de Setúbal, que participou pela primeira vez nas celebrações, organizadas pela Câmara Municipal, pelo Instituto Politécnico de Setúbal, pela Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão e pela Vigararia de Setúbal.

Antes da cerimónia de deposição de flores, foi celebrada uma eucaristia, na Igreja de S. Julião, por D. José Ornelas.

As comemorações, que contam com o apoio da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, incluem à tarde, das 15h00 às 17h00, uma visita guiada, de entrada livre, à Capela de São Francisco Xavier, no Palácio Fryxell, onde funcionou um colégio de jesuítas até à expulsão do País desta ordem religiosa.

Francisco Xavier nasceu a 7 de abril de 1506, na região espanhola de Navarra, junto dos Pirenéus franceses. Aos 18 anos, entrou na Universidade de Paris onde se formou, com distinção, em Latim, Filosofia e Humanidades.

Depois de ordenado sacerdote a 24 de junho de 1536, o padre jesuíta partiu em missão de evangelização dos povos do Oriente, como Índia, Japão e China. Foi nessa viagem, com início em 1540, que Francisco Xavier passou por Setúbal, onde foi recebido no cais por populares que lhe pediram para os ouvir em prece.

Gratos e devotos, os setubalenses, após a canonização de Francisco Xavier em 1622, solicitaram que o padre jesuíta, falecido doente na ilha chinesa de Sanchoão a 3 de dezembro de 1552, aos 46 anos, fosse proclamado padroeiro da cidade, o que se concretizou em 1703.