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A MAPS – Mostra de Artes Performativas de Setúbal está de regresso para a terceira edição, com um programa de 27 apresentações, entre 8 e 17 de julho, que promove o encontro entre a criação artística contemporânea e o público.


Com intervenções artísticas a decorrer em diferentes locais da cidade, a MAPS, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal, reafirma-se no panorama nacional como um evento determinante na aproximação entre a criação artística e o público, com o debate de temas fundamentais da atualidade que envolvem a comunidade no fazer artístico.

O programa de 2021, com os contributos de vários artistas e companhias portugueses e estrangeiros, cruza linguagens artísticas performativas mais contemporâneas e o encontro com a comunidade e o território, num fomento da participação e da colaboração ativa do público com o artista e a obra artística.

Todos os eventos da MAPS são de entrada livre, mediante reserva pelo endereço maps@mun-setubal.pt.

No decurso da Mostra de Artes Performativas de Setúbal, entre os dias 8 e 17, é possível visitar a exposição “Blackest Dogs”, de Samir Noorali, em A Gráfica – Centro de Criação Artística, e as instalações “A.braço.te”, de Paula Moita, e “Patrõa e o tempo”, de Ian Elianyuri, ambas no Bairro das Ideias, designação dada à Rua Arronches Junqueiro, fechada recentemente ao trânsito para uma maior fruição pública.

“Blackest Dogs”, aberta ao público uma hora antes do início de cada atividade agendada para A Gráfica, é uma exposição focada na coevolução do Homem com os cães, revelando-se o comportamento de um cão num centro de recolha animal durante 24 horas.

A instalação “A.braço.te”, de acesso permanente no Bairro das Ideias, tem origem no distanciamento imposto como consequência da crise pandémica, com Paula Moita a propor um abraço coletivo, envolvendo a comunidade na construção do mesmo com a doação de pedaços de malha tricotados por escolas, lares e coletividades, entre outras instituições.

A proposta de Ian Elianyuri, “Patrõa e o tempo”, também de exibição permanente no Bairro das Ideias, é uma chamada de atenção sobre o investimento do tempo das mulheres nas tarefas domésticas, um trabalho desvalorizado e invisível.

A Gráfica acolhe no dia 8, às 21h00, “Viagem Sentimental # Setúbal”, espetáculo de dança de Francisco Camacho, com uma coreografia em que o autor reflete o seu encontro com a história, hábitos e cultura setubalenses.

O coreógrafo e bailarino Filipe Pereira apresenta, dia 9, às 21h00, em A Gráfica, “Arranjo Floral”, conferência-performance de caráter biográfico sobre um artista nascido em Fátima, entre procissões gigantescas, arranjos de flores e lojas de recordações religiosas, num percurso que põe em contraste a fé e o ateísmo, a virgindade e o despertar sexual e a arte das flores e a dança.

A Gráfica – Centro de Criação Artístico é o local de “Palaphita”, dia 10, às 11h00 e às 17h00, performance apresentada pela companhia de artes performativas e visuais de rua PIA – Projectos de Intervenção Artística.

O elemento arquitetónico palafita dá o mote à criação da obra, que concebe a matéria para a construção de abrigos suspensos entre pernas de pau e ataduras provisórias, que, através de objetos e formas, concebem um porto às histórias daqueles que estão de passagem.

“Rojo”, de Mireia Miracle Company, no dia 11, às 15h00 e às 18h00, em A Gráfica, é a primeira atividade prevista no âmbito do Mini-MAPS, programa pensado especificamente para o público mais jovem.

A peça de teatro centra-se numa palhaça que procura a liberdade e, nesse percurso, conta a importante ajuda do público.

Cláudia Gaiolas apresenta, ainda no dia 11, às 16h00 e às 17h30, também no âmbito do Mini-MAPS, que decorre em A Gráfica, “Antiprincesas – Carolina Beatriz Ângelo”, encenação focada na médica e feminista portuguesa que se tornou a primeira mulher a votar em Portugal, em 1911.

A companhia Tombs Creatius apresenta, igualmente a 11 de julho, mas às 15h00 e às 18h00, em A Gráfica, “A Estranha Viagem do Senhor Tonet”, instalação de som, luz e movimento, com nove jogos interativos criados a partir de construções de madeira.

Inês Oliveira é a coreógrafa e intérprete do espetáculo de dança “On the road: das Sutilezas ao Jardim do Éden”, a apresentar no dia 13, às 21h00, em A Gráfica – Centro de Criação Artística.

A coreografia é um solo que reflete sobre uma mulher incapaz de se apaixonar e que, para se sentir mais humana, tenta provocar os sintomas físicos do estado de enamoramento no próprio corpo.

Segue-se, às 21h45, o concerto Huesos del Niño versus Carlota Oliveira, com inspirações na luz e na videoarte, em que um músico e um artista de novo circo se juntam para um espetáculo a quatro mãos.

A Gráfica acolhe no dia 14, às 19h00, “Artivismo”, da Conversas FOmE, encontro sobre o trabalho artístico contemporâneo e, em particular, sobre o que é ser artista-ativista.

A FOmE, no âmbito de uma secção intitulada Versus, em que dois artistas de áreas iguais ou distintas, sem nunca terem trabalhado juntos, criam em simultâneo sobre o mesmo mote.

Assim surge o concerto Museum Museum versus Tiago Hesp, dia 14, às 21h00, em A Gráfica, com poesia musicada a cargo de Museum Museum e artes gráficas entregues a Tiago Hesp.

“Residências e experiências” é o tema do debate Conversas FOmE a realizar dia 15, às 19h00, em A Gráfica.

No mesmo dia e local, mas às 21h00, Diego Bragà, artista luso-brasileiro a viver em Lisboa, apresenta a performance, ainda em desenvolvimento, “Geografia do Amor”.

O projeto, com estreia prevista para janeiro de 2022, é um ensaio do autor sobre o tio e a experiências que lhe deixou em herança, furto das várias viagens que fez pelo mundo.

As Conversas FOmE regressam dia 16, também às 19h00, com um debate dedicado ao tema “Projectos Colaborativos”, a que se segue o espetáculo de dança, às 21h00, “URNA – CeAtchim! Ne Pàs! Un SssspeTaque!le”, de Camilla Morello, artista que se destaca pela interdisciplinaridade, sobretudo entre linguagem teatral, dança e performance.

“5 Minutos para te conhecer” é a proposta de Manu Romeiro, a apresentar no dia 17, às 16h00 e às 19h00, instalação de retratos em construção ao longo de um encontro, de uma festa, de uma reunião, de uma união.

As Performances no Bairro, a 17 de julho, das 11h00 às 12h30, entre A Gráfica e as montras, varandas e janelas do Bairro das Ideias (Rua Arronches Junqueiro), resultam do desafio do MAPS a 12 artistas de diferentes áreas para ocuparem as montras da Baixa de Setúbal, assim como janelas, portas e varandas de casas particulares.

Com um tema transversal inspirado no distanciamento social a que a população tem sido sujeita na atualidade, a performance conta com os contributos de Joana Bom, Joana Chandelier, Carlota Oliveira, Helena Reis, Ana Quintino, Davide Milani, Maria Inês Costa, André Moniz, Márcio Pereira, Marzia Zambianchi, Tatiana Gomes e Pedro Luzindro.

No âmbito da secção Versus da FOmE, no dia 17, às 18h00, nas instalações de A Gráfica atuam em concerto Branco versus Cante Alentejano, numa mistura aparentemente contrastante entre rap e o tradicional cantar do Alentejo.

A finalizar o programa da edição de 2021 da MAPS – Mostra de Artes Performativas de Setúbal, realiza-se o concerto GLUM – Grupo de Limpeza Urbana Musical, em A Gráfica, dia 17, às 21h00, num projeto em que os trabalhadores das ruas são equipados com ferramentas de trabalho que lhes permitam criar música.