Sessão de esclarecimento na freguesia do Sado sobre transportes públicos

O município e as juntas de freguesia completaram no dia 29 o ciclo de sessões descentralizadas de debate com a população sobre o que consideram ser o deficiente serviço de transportes públicos rodoviários prestado no concelho, que antecedem uma manifestação, a realizar já no dia 1 de outubro.


O encontro realizado nas instalações da União Cultural, Desportiva e Recreativa Praiense, na freguesia do Sado, foi o quinto promovido na última semana, durante o qual foi reafirmada a necessidade da concentração agendada para este sábado, às 10h30, na Praça Vitória Futebol Clube, aberta a todos os interessados.

“Entendemos que uma manifestação pública nos dará mais força para fazer com que a empresa cumpra com o que se comprometeu em contrato”, esclareceu o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, acompanhado da vice-presidente Carla Guerreiro, dos vereadores Rita Carvalho e Carlos Rabaçal e da presidente da Junta de Freguesia do Sado, Marlene Caetano.

“No dia 1 de junho, a empresa deu-nos a informação de que tinha todos os meios para iniciar a operação”, sublinhou o autarca ao fazer um resumo de como o serviço de transportes públicos no concelho chegou à situação crítica que se vive no momento.

Autocarros constantemente atrasados ou que simplesmente não aparecem, veículos com lotações inadequadas para o volume de passageiros, horários desrespeitados e motoristas sem conhecimento dos trajetos a realizar são situações que têm sido reportadas pelos utentes desde que o serviço passou a ser executado pela Alsa Todi em Setúbal ao abrigo da entrada em funcionamento da Carris Metropolitana.

“Temos vivido este trauma de a empresa não estar a cumprir com o que tinha acordado em contrato e isso terá de acabar, embora não seja uma situação fácil de se resolver”, frisou André Martins.

A Câmara Municipal de Setúbal tem desenvolvido vários esforços para tentar que a Alsa Todi garanta o serviço de qualidade com o qual se comprometeu, apesar de o contrato da operadora ter sido celebrado com a Transportes Metropolitanos de Lisboa, empresa pública para gestão dos transportes públicos na área metropolitana.

“Uma das iniciativas que está a ser desenvolvida é negociar com a sede em Espanha da Alsa Todi a possibilidade de facultarem autocarros com mais lugares sentados para as viagens mais longas. Há trajetos longos em que as viaturas têm falta de lugares sentados, sendo que a lei não permite pessoas em pé quando os veículos circulam em autoestradas”, esclareceu o autarca.

A vice-presidente da autarquia, Carla Guerreiro, responsável pelo pelouro da Educação, adiantou que a Câmara Municipal está a estudar uma forma de criar um documento que justifique as faltas aos alunos que frequentemente chegam atrasados aos primeiros tempos por causa do serviço deficiente de transportes públicos.

“A Alsa Todi garantiu que o transporte escolar não ia falhar. Isso não está a acontecer”, salientou Carla Guerreiro, adiantando ter conhecimento de relatos de que “a empresa se está a negar passar justificações às pessoas para essas finalidades”.

A vereadora com a área da Mobilidade, Rita Carvalho, sublinhou que, perante um cenário tão crítico na qualidade do serviço prestado, a autarquia está a “exigir à empresa neste momento que diga o que consegue fazer, quais a linhas e horários que consegue assegurar, para que a Câmara Municipal possa informar a população”.

A manifestação popular agendada para 1 de outubro, com início às 10h30, na Praça Vitória Futebol Clube, representa, afirmou André Martins, “mais uma maneira de pressionar a empresa a cumprir com o que ficou acordado em contrato”.