Simulacro de sismo - Dia Internacional Redução Catástrofes - 2017

O estudo de eventos como o devastador sismo de 1 de novembro de 1755, de que se assinalaram agora 263 anos, assume relevância especial para o planeamento de emergência desenvolvido pelo Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal.


O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Setúbal e o Plano de Intervenção no Centro Histórico de Setúbal encontram-se alinhados com os pareceres e o conhecimento científico que o serviço vem recolhendo junto da comunidade académica e de especialistas sobre esta matéria, os quais apontam para a probabilidade de repetição do cenário de desastre natural ocorrido há 263 anos.

Além do planeamento de emergência que faz parte da responsabilidade da Proteção Civil Municipal, a população de Setúbal deve capacitar-se para ser resiliente e preparar-se para as exigências que um evento como o sismo de 1755 coloca a cada cidadão, a cada família, a cada organização.

A conceção de uma caixa ou mochila de emergência e a elaboração de um plano de emergência familiar são fundamentais para assegurar a nossa resiliência à catástrofe, respondendo a necessidades básicas como consumo de água, receção de notícias, vestuário, medicação regular e definição de um ponto de encontro onde a família se possa reencontrar, entre outras.

O município de Setúbal disponibiliza alguns conselhos relativos a esta matéria no separador Segurança desta página de internet.

Para uma melhor preparação sobre o que fazer durante e imediatamente após um sismo, todos podem participar, dia 5 de novembro, no local de trabalho ou no estabelecimento de ensino onde estuda, no Exercício Nacional de Proteção Civil A Terra Treme, para praticar os três gestos básicos a observar (Baixar – Proteger – Aguardar).

O dia em que a terra tremeu
No dia 1 de novembro de 1755, às 09h30, Setúbal tremeu. O oceano invadiu a terra. Seguiu-se o fogo. Esta manhã de terror provocou mais de 4 mil mortos, um terço da população da então vila, que ficou quase totalmente destruída.
Na transcrição das respostas paroquiais ao inquérito efetuado em 1758 por ordem do Marquês de Pombal, é referido que em Setúbal, “(…) ruas inteiras vierão os edifícios a terra, e naquelles que se conservarão em pé ficarão sempre muito ofendidos, que percizárão serem renovados, e o maior estrago foi nos Templos, e alguns Conventos (…) o mar derrubou as muralhas entrou na vila e pelos campos quase um quarto de légua e meteu dentro das ruas os barcos (…)”.
Na então freguesia de S. Julião, localizada no centro da vila, “(…) a mayor parte das Casas se arazarão, e o resto dellas ficou com grande ruína – três ruas inteiramente se queimarão com o fogo, logo subsequente, ao terramoto, as quais forão rua direita dos mercadores [atuais ruas Serpa Pinto e Dr. Paula Borba] – rua dos caldeireiros [atual Rua Álvaro Castelões], a rua das canastras [atual Rua José António Januário da Silva], (…)”.
Pinho Leal menciona que, em Setúbal, foi “funestíssimo este terramoto, horrorizando todos os seus habitantes, e causando prejuízos incalculáveis. A destruição das casas foi tal que ficaram ruas inteiras entulhadas. No largo da Fonte Nova se reuniu tão grande monte de entulho, que chegava á altura das janelas dos primeiros andares. À falta de habitações, se fizeram barracas em diversos sítios, principalmente junto das muralhas, (…)”, também no Largo de Jesus e nos arredores da vila.
A recuperação desta destruição na então vila de Setúbal foi longa, obrigando a sucessivos anos de reparações.