“Queríamos muito ganhar este concurso. Não foi fácil porque a fasquia estava muito alta, com projetos musicais muito bons”, confessou Inês Lobo, baterista da banda setubalense criada no ano passado, que, além do primeiro lugar, arrecadou ainda o prémio para Melhor Banda do Concelho.
Os Surveillance, pelo triunfo no “9.º Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal”, conquistaram um prémio monetário no valor de mil euros e o direito de atuar no festival Super Bock Super Rock, na Feira de Sant’Iago e na Semana Académica de Setúbal.
Já pelo prémio para Melhor Banda do Concelho, o duo setubalense composto por Inês Lobo, na bateria, e Tiago Martins, no baixo, recebe 500 euros e sobe ao palco do segundo dia do festival Rock no Rio Sado, que se realiza entre 7 e 9 de junho, em Setúbal.
Os prémios monetários ajudam a investir na banda. “Estamos a preparar um novo EP e vamos brevemente gravar o primeiro álbum”, anunciou Inês Lobo, destacando a importância deste concurso para o “lançamento de novas bandas no panorama musical português”. Atuar no Super Bock Super Rock “é uma oportunidade extraordinária”, acrescentando: “Era o que mais queríamos.”
Tocar para Setúbal na secular Capricho Setubalense “é uma sensação muito boa”, sublinha Inês Lobo, recordando a génese do duo. “Conhecemo-nos a tocar bandas de covers. Tivemos uma grande empatia musical e surgiu a ideia de criar uma banda”, num formato diferente do habitual, só com bateria e baixo.
“É uma formação alternativa mas achamos que não é necessário mais nada para criar o nosso próprio som”, vinca a jovem baterista, função ainda pouco vista em Portugal no feminino. “É um desafio porque tenho sempre aquela sensação de provar mais qualquer coisa. E acaba sempre por ser uma boa surpresa.”
Perto de duas centenas de pessoas passaram pela Capricho Setubalense para ver os seixalenses Corda arrecadar o segundo lugar do concurso, cabendo o terceiro lugar aos Gapura, banda proveniente de Oeiras. Os Surigu, do Porto, conquistaram o quarto lugar, enquanto os lisboetas Flaming Joseph ficaram em quinto.
O “9.º Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal, realizado no âmbito do programa local de comemoração do Mês da Juventude, m@rço.28, entregou 700 euros ao segundo lugar, 500, ao terceiro, 200, ao quarto, e 100, ao quinto.
Já os Mundo Escuro, grupo de Palmela que atuou na segunda eliminatória do “9.º Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal”, arrebataram o prémio de Melhor Banda para o Público, escolha feita através de votação online no sítio do jornal Setúbal na Rede.
As bandas do concurso setubalense foram avaliadas por Pedro Brinca, do jornal Setúbal da Rede, Pedro Antunes e João Almeida, músicos, João Miguel Fernandes, da Fábrica de Artistas de Setúbal, Fábio Batista, em representação da Capricho Setubalense, e Hugo Tavares, pela Câmara Municipal.
O público presente no salão da Capricho Setubalense vibrou ainda com a atuação, extraconcurso, do trio de rock seBENTA.
“O balanço da iniciativa é extremamente positivo, sobretudo pela boa afluência de público, uma constante ao longo de todas as fases do concurso”, destacou a chefe da Divisão de Cultura da Câmara Municipal de Setúbal, Ana José Carvalho, reforçando, igualmente, “a qualidade das bandas” presentes na prova.
A importância dos prémios atribuídos no âmbito deste concurso foi também salientada por Ana José Carvalho. “Além das recompensas monetárias, esta prova dá a oportunidade de as bandas atuarem em grandes palcos, um apoio importante para as ajudar a singrar” no panorama musical.
Um dos prémios mais apetecíveis, uma atuação no festival Super Bock Super Rock, demonstra a vitalidade do Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal. “A Autarquia está sempre à procura de novos parceiros. Neste caso, a iniciativa partiu da própria organização daquele festival, uma prova de que esta competição está já cimentada no calendário” português dos grandes eventos musicais.
No “9.º Concurso de Bandas de Garagem de Setúbal” participaram perto de oito dezenas de grupos, provenientes de vários pontos do País. “Para o ano assinalamos os dez anos deste concurso. Vamos tentar fazer algo diferente para assinalar esse feito”, adiantou Ana José Carvalho.
