O espetáculo, baseado no olhar, na ação e nas memórias de duas mulheres que vivem encerradas num velho teatro prestes a ser demolido, é uma metáfora para tudo o que desmorona e que tem o fim anunciado por imposições tecnocratas e economicistas.

Sara Costa e Graziela Dias são as atrizes de “O Cerco de Leninegrado”, peça estreada no dia 17 e em cena até 27, com encenação, dramaturgia e desenho de luz de José Maria Dias.

A cenografia desta peça é composta por memórias, em forma de objetos, cedidas por entidades e pessoas individuais, como o “Livro 7”, emprestado pela Câmara Municipal de Setúbal, utilizado pelos serviços até ao início da década de 80.

Neste ícone ultrapassado pela modernização administrativa era anotada, com particulares cuidados caligráficos, a receita diária que dava entrada nos cofres municipais.

“O Cerco de Leninegrado”, para maiores de 12 anos, pode ser visto no Espaço Fontenova, na Rua Dr. Sousa Gomes, de quinta-feira a sábado, às 21h30, e ao domingo, às 16h30. As reservas devem ser feitas através dos telefones 967 330 188 e 265 233 299.