O certame, que decorre alternadamente entre os dois países da Península Ibérica, é organizado pela Federação Portuguesa de Teatro e pela Confederación de Teatro Amateur “Escenamateur”, sendo que esta edição conta com o envolvimento da companhia GATEM – Grupo de Animação e Teatro Espelho Mágico e os apoios das câmaras municipais de Setúbal e de Palmela.

“É uma enorme responsabilidade organizar esta edição, a primeira em Portugal, um evento de âmbito internacional”, destacou o presidente da Federação Portuguesa de Teatro, Luís Mendes, na apresentação pública do certame, no dia 22, à tarde, na Casa da Cultura.

O dirigente sublinhou que a escolha da companhia setubalense GATEM para coorganizar o festival foi feita “em função do trabalho em parceria, com bons resultados, noutras ocasiões e porque a federação, com vários projetos de êxito no âmbito do teatro amador no Norte do País, queria realizar um projeto com impacte significativo também no Sul”.

Luís Mendes acrescentou que, com as parcerias das autarquias de Setúbal e Palmela, está garantido “um brilharete nesta primeira edição do festival em Portugal”.

O Festival Ibérico de Teatro, criado em 2014, tem como objetivo criar uma plataforma anual de intercâmbio de espetáculos amadores entre Portugal e Espanha, além de facilitar a troca de experiências entre companhias não profissionais de ambos os países.

A primeira edição portuguesa do certame distribui o cartaz pelo Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, e pelo Cineteatro S. João, em Palmela.

O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, frisou a existência de “uma grande expectativa para esta edição” ao reconhecer o mérito e a qualidade do trabalho desenvolvido pelas companhias cénicas de cariz amador.

“Setúbal considera essencial garantir as condições para que os artistas desenvolvam o seu trabalho”, salientou o autarca, numa perspetiva partilhada pelo homólogo de Palmela, Luís Miguel Calha, para quem “a Cultura não pode ser vista como um trabalho mercantil”, apontando, ainda, que as autarquias têm substituído o Poder Central, com frequência, na responsabilidade de apoiar as atividades culturais.

“O Principezinho”, produzido pelo GATEM, grupo constituído por amadores e profissionais, e encenado por Miguel Assis, abre oficialmente o certame, no dia 2, às 21h30, no Fórum Luísa Todi.

Céu Campos, diretora do grupo setubalense, salientou que a história de Saint-Exupéry “fazia parte dos sonhos do GATEM há nove anos” e que “está a ser uma agradável surpresa ver o Fórum Municipal praticamente esgotado” a poucos dias da estreia.

Miguel Assis, ator e encenador profissional, sublinhou que o teatro amador, “embora possa ter uma apresentação cénica final com um aspeto um pouco menos ‘rico’ do que o profissional, não exige, em nada, menos dos atores ao nível humano”.

A peça, que Miguel Assis destacou “não ser apenas para crianças ou adultos, mas para toda a família”, conta como protagonista Diogo Leiria, de 9 anos, que “surpreendeu desde o primeiro instante no casting”, criança descrita pelo encenador como “uma verdadeira pérola” com futuro no teatro.

No Festival de Ibérico de Teatro as peças portuguesas são definidas pela Federação Portuguesa de Teatro, enquanto, as espanholas, pela confederação "Escenamateur".

O Grupo Alhama de Teatro, de Navarra, apresenta “El Burgués Gentilhombre” no dia 3, às 18h00, no Cineteatro S. João.

No mesmo dia, em Setúbal, às 21h30, no Fórum Municipal Luísa Todi, o grupo Argea Teatro, de Cáceres, apresenta “Las Troyanas – Mujeres en la batalla”.

O último dia do certame, 4 de outubro, reserva para as 15h00, no Cineteatro S. João, “Histórias para serem contadas”, do TIL – Teatro Independente de Loures, e, para as 18h00, no Fórum Luísa Todi, “Quatro mulheres para uma Ifigénia”, pela Theatron – Associação Cultural, de Montemor-o-Novo.