“Faltam-me as palavras para transmitir o que tem acontecido no território da Bela Vista”, afirmou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores, que com o vereador Carlos Rabaçal, entregou os diplomas aos jovens presentes na cerimónia realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Dos 12 jovens da Bela Vista, entre os 15 e os 22 anos, que integraram o projeto Comité para a Democratização da Informática, realizado entre abril e julho, no Mercado 2 de abril, apenas seis tiveram direito a diploma.

Depois de uma primeira abordagem sobre os pontos fortes, como o espírito de união e a realização de atividades, e os fracos ao nível social do bairro, o vandalismo e o racismo, acabar com a imagem distorcida que as pessoas têm da Bela Vista foi o principal objetivo neste projeto, através da criação de um jornal.

Maria das Dores Meira destacou a “transformação muito grande que está a acontecer na Bela Vista”, sobretudo através do programa municipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, uma alteração que passa também por “mudar mentalidades e apostar na juventude”.

Durante a formação, os jovens tiveram contacto com o dia-a-dia de um jornal, tendo visitado a redação do “Diário de Notícias”, e o apoio das jornalistas Ana Torres Pereira, do “Jornal de Negócios”, e Paula Oliveira, diretora do “iol”.

“O maior investimento, aquele que não tem preço, é a transformação das vossas vidas”, apontou a autarca, dirigindo-se aos jovens.

O diretor executivo do Comité para a Democratização da Informática – Portugal, João Baracho, que em breves palavras explicou a missão do CDI, referiu que as realidades sociais nos vários centros são diferentes.

Em relação ao jornal da Bela Vista, “O Bairro”, João Baracho deu os parabéns à equipa, acompanhadas por duas formadoras, por terem atingindo o objetivo.

Além disso, “O Bairro” será um projeto para dar continuidade, com apoios como a Media Capital, com novas parcerias, e uma equipa residente em formação contínua.

“Vamos aprender a ser jornalistas a sério”, recordou o diretor executivo do Comité para a Democratização da Informática – Portugal, lembrando o entusiasmo dos jovens moradores da Bela Vista.

João Baracho contou que a reação dos jornalistas envolvidos no projeto ao lerem o jornal “O Bairro” foi que tinha sido “feito por profissionais”.

Depois de fornecidas as “ferramentas para evoluírem”, há que torná-lo “sustentável”, através de parcerias e de evoluir para novos meios de comunicação.

Ainda sobre a visita ao “Diário de Notícias”, o diretor do comité contou que os jornalistas “gostaram imenso” da visita dos jovens ao jornal e da “maneira como trabalham”.

Isília Veiga, conhecida por Leny, 21 anos foi uma das jovens que recebeu o diploma, uma distinção “muito gratificante”.

Da experiência do projeto Comité para a Democratização da Informática, Leny, quer seguir jornalismo, revela que do que mais gostou foi trabalhar em equipa. “Era um grupo muito organizado, equilibrado e responsável.”

O Comité para a Democratização da Informática, organização não-governamental fundada em 1995, no Brasil, tem como principal missão promover a inclusão social com recurso às tecnologias de informação e comunicação e estimular o empreendedorismo e a cidadania ativa.

A organização conta com um total de 821 centros de inclusão digital, incluindo três em Portugal – Almada, Setúbal e Vale de Cambra – instalados em 13 países, nomeadamente no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Estados Unidos, México, Peru, Reino Unido, Uruguai e Venezuela.

 

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