O futuro equipamento, que se pretende afirmar como o elemento primordial de união entre a Serra da Arrábida, o rio Sado e a cidade de Setúbal, constitui a última fase de uma intervenção de reabilitação global que a Câmara Municipal está a realizar na zona poente da frente ribeirinha.

“Este será um edifício de referência para a cidade, marcante para as gerações vindouras”, destacou a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, na cerimónia de apresentação pública da proposta do projeto de conceção do Terminal 7, elaborado pela Sami arquitectos.

Além do edifício, a construir na área das antigas instalações da Sadonaval, nas imediações do Parque Urbano de Albarquel, o projeto inclui operações urbanísticas que visam dotar aquela zona privilegiada da cidade de melhores condições de usufruto para a população.

“Queremos que este seja, por excelência, um espaço ligado ao rio, que se identifique com as memórias e identidade setubalenses”, afirmou a autarca, adiantando que as antigas instalações navais daquele local “estão a ser progressivamente desativadas” e que “os trabalhos de demolição devem começar nas próximas semanas”.

Duas lajes edificadas em betão armado estão na base da construção proposta para o edifício, com linhas simples e cosmopolitas, que pretende aproveitar “o máximo de visualização do cenário paisagístico envolvente” através do janelas em vidro, explicou a arquiteta setubalense Inês Vieira da Silva, da equipa de elaboração do projeto. 

A plataforma marítima construída na década de 30 foi o ponto de partida para a elaboração da proposta do Terminal 7 que, esclareceu Inês Vieira da Silva, constitui “um ponto de confluência entre a serra, a poente, a cidade antiga, a norte, o rio, a sul, e infraestruturas marítimas e ferroviárias, a nascente”.

A proposta de ocupação para o Terminal 7 inclui a criação de uma ampla zona de estadia e recreio, projetada para iniciativas diversas, numa ponte entre a Praia da Saúde e o Parque Urbano de Albarquel, não quebrando a ligação entre os utilizadores e o corredor ribeirinho.

Um centro de apoio para atividades náuticas que englobe ações de formação, uma componente de mergulho que aproveite as potencialidades subaquáticas da orla marítima setubalense, um espaço para exposições polivalente e um centro interpretativo e didático integram, igualmente, o futuro equipamento.

Zonas de restauração, com um restaurante no primeiro andar e um café no piso térreo, um espaço comercial, balneários, áreas técnicas e administrativas fazem também parte do Terminal 7, projeto que contempla a reabilitação do pontão ali existente, no qual será criado uma área de passeio e de estadia.

“Vamos criar o equipamento numa zona devolvida à população. É uma responsabilidade acrescida pois queremos que o edifício integre o passeio ribeirinho e que seja, ele próprio, um espaço público que reforço a vivência urbana desta zona de Setúbal”, vincou a arquiteta.

Já a escolha da designação do edifício foi esclarecida pelo arquiteto Miguel Vieira, igualmente da mesma equipa projetista. Além da remissão para o nome do concelho, este equipamento será o sétimo terminal público a ser criado na cidade.

As intervenções lideradas pela Câmara Municipal na reabilitação da frente ribeirinha, dinamizadas com o intuito de aproximar a cidade ao rio, já permitiram devolver uma parte daquela área de excelência de Setúbal aos setubalenses e visitantes, nomeadamente com a reconversão da área da Praia da Saúde.

Naquele local, totalmente reabilitado em 2012, há agora um moderno corredor ribeirinho, com zonas de estadia e recreio, um quiosque, uma ciclovia, novos lugares de estacionamento e vegetação urbana, tudo num cenário que inclui uma das mais belas baías do Mundo e a Serra da Arrábida.

“Este é mais um grande passo para a mudança de Setúbal”, frisou Maria das Dores Meira, frisando que o Terminal 7, juntamente com a nova Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, o Parque Urbano da Várzea e a requalificação do centro histórico de Vila Nogueira de Azeitão vão ser candidatos a apoios financeiros.

“Estamos a tratar destes processos de forma célere e temos feito um enorme esforço porque não queremos perder nenhuma oportunidade”, sublinhou a edil setubalense, referindo-se à abertura, em breve, do derradeiro quadro comunitário que poderá financiar a execução destes projetos com uma taxa da ordem dos 65 por cento.

A presidente da Câmara Municipal de Setúbal esclareceu ainda o convite endereçado à Sami arquitectos para a elaboração do projeto. “São dois jovens com um vasto currículo e prémios internacionais, que conhecem e entendem a cidade”, destacou Maria das Dores Meira enfatizando a forma de trabalhar do atual Executivo.

“Todos os grandes projetos implementados no concelho foram feitos no âmbito do espírito do Município participado, envolvendo a população das decisões e opções estratégicas desenvolvidas pela Autarquia. É a nossa forma de trabalhar”, rematou Maria das Dores Meira.