A luta pelo poder entre dois reis é a base da história criada pelo grupo de oito estudantes do 11.º ano do curso Técnico de Animação 2D e 3D da Escola Profissional de Setúbal, que, como prémio pelo primeiro lugar no concurso, vai ter a oportunidade de ver o texto a ser interpretado pela companhia Teatro Animação de Setúbal, parceira da Autarquia na organização do “Dois Dedos de Texto”.

Na cerimónia de entrega de prémios, realizada ontem, na Casa da Baía, o único representante do grupo vencedor, Filipe Tico, confessou ter sido “complicado escrever a peça”, pois, além de ser uma equipa extensa, na maior parte do mês e meio de redação os jovens trabalharam separados, uma vez que se encontravam colocados em estágios diferentes.

“Sem a internet não teria sido possível. Todos demos várias ideias e uma pessoa do grupo esteve encarregada de as reunir a todas, juntando-as num único texto”, indica Filipe Tico, acrescentando que a inspiração para a peça “partiu da vivência de cada elemento do grupo, dos seus problemas e das suas alegrias”.

A professora Ana Cláudio salientou ter-se tratado de uma experiência “muito interessante”, principalmente por ter visto os alunos “tão motivados com um projeto”, embora, desabafe entre sorrisos que “de início foi desgastante, pois havia ideias, mas o trabalho não avançava” devido à predominante descontração do grupo nas primeiras reuniões de trabalho.

O vereador Carlos Rabaçal sublinhou ser “um orgulho estar na sessão de entrega de prémios”, uma vez que considera ser “inestimável o contributo de todos os participantes que aceitaram o desafio proposto pelo concurso”.

Da prova, salientou o autarca, “todos saem vencedores”, quer pelo envolvimento, quer pelo empenho, e, principalmente, pela dedicação a “um estilo de escrita tão difícil e que alcança tão profundamente as pessoas”.

O presidente do júri, Carlos Curto, diretor do Teatro Animação de Setúbal, realçou que a escolha do texto vencedor deve-se ao facto de, “além de estar efetivamente bem escrito”, ser “o trabalho mais teatral, mais bem construído, ou seja, que melhor se consegue traduzir numa peça de teatro”.

Carlos Curto sublinhou ainda que “não é fácil, mesmo nada fácil, escrever um texto a várias mãos, mas a verdade é que os oito jovens que criaram a peça ‘Um contra o outro’ fizeram um bom trabalho”.

De entre o total dos 13 textos apresentados a concurso, o júri distinguiu ainda com uma menção honrosa “Quando a luz se apaga”, da autoria de quatro alunos do 9.º ano da EB 2,3 da Bela Vista, e com um diploma de participação a estudante do 11.º ano da Escola Secundária D. Manuel Martins, autora da peça “O resgate”.

O júri do concurso, agora na terceira edição, foi composto ainda por Helena Sousa Freitas, jornalista, Madalena Patrício, professora de português, Maria José Baião, professora de artes dramáticas, e Lígia Águas, representante da Câmara Municipal.

A cerimónia de entrega de prémios foi complementada pela atuação do grupo Metáforas, da Escola Sebastião da Gama, que representou um excerto da peça que lhe valeu uma menção honrosa numa edição anterior do concurso “Dois Dedos de Texto”.