Durante as três horas da ação “Amar Setúbal”, os voluntários, munidos de sacos de 120 litros e luvas, percorreram os acessos e estacionamento automóvel, as zonas rochosas, o areal e a linha de água.

Vidro, plástico, cartão, papel, madeira, embalagens e pontas de cigarros foram alguns resíduos recolhidos pelos voluntários. Preocupante foi a recolha de fraldas, roupa, cordas, preservativos, tampões e pensos higiénicos.

No final da iniciativa, organizada pela APAMB – Associação Portuguesa de Inspeção e Prevenção Ambiental, pelo movimento cívico MarAzul e pela Câmara Municipal de Setúbal, foram encaminhados pelos serviços da autarquia 28 sacos com cerca de uma tonelada de lixo para triagem.

Este resultado deveu-se a voluntários como Paula Botelho e o filho Luís, de 9 anos, que, pouco passava das 09h00, quando se juntaram aos irmãos Jessica, de 17, e Francisco, de 8, para recolher o lixo junto das rochas que delimitam uma das extremidades da Praia de Albarquel.

“Não está muito sujo”, salientou a jovem Jessica, assídua neste tipo de ações ambientais, enquanto dava instruções ao irmão Francisco sobre o que deveria colocar no saco.

Luís, acompanhado pela mãe, levou de casa uma ferramenta extra, uma pinça que se revelou uma preciosa ajuda para retirar o lixo, como uma fralda descartável de bebé, entre as rochas.

Além de plásticos variados e latas de cerveja e de refrigerantes, mãe e filho encontraram um saco cheio brinquedos de praia, fruto de “algum esquecimento”.

Quem também esteve a dar uma ajuda foi o vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Setúbal, Manuel Pisco, que salientou a importância do “efeito psicológico” associado a este tipo de iniciativas.

“É uma questão de educação”, indicou, defendendo que a partir do momento em que se faz uma ação de limpeza, com a ajuda de voluntários, as pessoas “começam a ter mais cuidado”.

O autarca aproveitou para anunciar a disponibilização, nos próximos dias, de uma máquina para a limpeza da areia das praias. Embora “resolva muito no areal”, como a questão das pontas de cigarro, só os meios humanos podem intervir junto das rochas e das ervas.

Paulo Almeida, da APAMB, salientou que “estava à espera de pessoas mais velhas” a participar na ação de voluntariado, ressalvando a importância em “deseducar os maus hábitos” das faixas etárias mais altas, uma vez que as preocupações ambientais parecem estar “impregnadas” nas novas gerações.

A necessidade de reforçar a sensibilização junto dos pescadores para o problema do plástico, uma vez que muitas embalagens de sal são encontradas no areal, foi também realçada por Paulo Almeida.

Esta foi a primeira ação de limpeza que a associação ambiental APAMB levou a cabo nas praias da Figueirinha e de Albarquel. A adesão de participantes, o levantamento das necessidades ao nível logístico e a própria sensibilização junto dos frequentadores da praia foram alguns fatores que a organização teve em conta para futuras intervenções que se possam estender a áreas de floresta.

Durante todo o ano, o movimento cívico MarAzul, uma espécie de vigilante ambiental, vai fornecendo informações sobre o estado das praias.

No final do “Amar Setúbal” houve um momento de convívio no Parque Urbano de Albarquel entre todos os participantes, com animação de Jorge Nice.