“Chegámos com segurança e a saber fazer festivais”, congratulou-se a diretora do Festroia, Fernanda Silva, pelo 30.º aniversário do festival, que homenageia a Alemanha e, com o Golfinho de Carreira, o produtor Paulo Branco, edição apresentada dia 15 de manhã, na Casa da Cultura.

Os filmes a exibir, entre os quais 35 integrados na homenagem ao cinema alemão, como “As Asas do Desejo”, de Wim Wenders, e “Jack”, de Edward Berger, fazem desta uma edição “muito importante em termos de qualidade e quantidade”.

Fernanda Silva explicou que o elevado número de películas resulta, além do apoio financeiro da Câmara Municipal, patrocinador oficial, e de outros, de um financiamento da Media Programme – Creative Europe ao qual o Festroia concorreu.

Com os perto de 190 filmes, o festival candidata-se a um financiamento de 55 mil euros – 20 mil euros a menos em relação a 2013 devido à redução destes apoios europeus –, montante que se destina a suportar, entre outras, as despesas com as viagens dos convidados estrangeiros que acompanham os respetivos filmes e as legendagens.

O orçamento desta edição ainda não está fechado, mencionou a diretora do festival, mas deve rondar valores iguais aos do ano passado, cerca de 200 mil euros.

Além de um apoio financeiro da Câmara Municipal de Setúbal de 80 mil euros, a que acrescem a isenção do Festroia das taxas de utilização do Fórum Luísa Todi e do Cinema Charlot, o que perfaz 12 mil euros, e encargos de logística e promoção, a Fundação Buehler-Brockhaus concede 10 mil euros,

Sobre os 30 anos do Festroia, o vereador com o pelouro da Cultura na Câmara Municipal, Pedro Pina, referiu-se ao certame, “indissociável da Autarquia e da cidade”, como “um dos mais antigos e prestigiados festivais do País” e que “atravessa fronteiras, continentes e oceanos”.

O Festroia “contribuiu para educar o gosto de várias gerações que hoje sabem escolher e ver bom cinema e até fazê-lo”, o que se deve ao “espírito empreendedor” de Mário Ventura Henriques, fundador do festival que teve início em Troia.

O autarca salientou que recordar é como “fazer a ponte entre o passado e o presente” para dar “continuidade a um caminho” que pode passar por voltar a incluir Troia como um dos locais do festival. “É uma possibilidade que vemos com grande interesse, assim haja o empenhamento dos responsáveis dos empreendimentos localizados do outro lado do rio.”

Pedro Pina assinalou o interesse em que o Festroia se converta num “atrativo suplementar turístico”.

A programação do 30.º Festroia abre e encerra com cinematografia alemã, nas duas salas por onde passa o festival, o Fórum Luísa Todi e o Charlot.

A homenagem a Paulo Branco, com mais de 270 filmes produzidos em Portugal e no estrangeiro, é feita com a entrega do Golfinho de Carreira no último dia do festival.

Com 45 filmes em competição nas categorias Secção Oficial, Primeiras Obras e O Homem e Natureza, a secção temática desta edição é “Baseado em”, com a exibição de 20 longas-metragens inspiradas em factos verídicos, em personalidades ou na literatura, na qual está incluído “O Segredo de Miguel Zuzarte”, de Mário Ventura.

Sobre a Secção Oficial, Fernanda Silva garantiu uma programação “muito forte”, com uma coprodução de Portugal, Espanha e Estónia, intitulada “Diamantes Negros”, em competição.

A programação do 30.º Festival Internacional de Cinema pode ser consultada em www.festroia.pt.