Através de um conceito audaz e ambicioso, a primeira edição do Festival de Música de Setúbal conciliou um cartaz composto por artistas de renome nacional e internacional, com um conjunto de espetáculos que nasceram da participação e do empenho da comunidade setubalense.

Este é um evento que usa a música como ferramenta social e, numa fórmula que junta o útil ao agradável, conjuga artistas famosos num programa que inclui concertos de crianças, alunos de música, cidadãos com necessidades especiais e comunidades de imigrantes.

Ian Ritchie, diretor artístico da edição de estreia de festival, em maio de 2011, comparou a organização de um certame desta natureza com a construção de uma casa. O mentor do Festival de Música de Londres sublinha que é “primordial ter boas fundações” na criação de um evento. “Caso contrário, o prédio cai. Se instalássemos um telhado muito bonito, com vários artistas internacionais, depois do festival não restaria nada a não ser a memória de uma efeméride.”

O responsável destacou, como exemplo, que “é fantástico ver um grupo de crianças de Cabo Verde e outro da Europa de Leste a trabalhar em conjunto, criando algo de novo, criando música”.

Esta atuação percorreu a Avenida Luísa Todi no desfile musical que inaugurou o Festival de Música de Setúbal, tendo apenas sido uma das muitas que ao longo do evento preencheram o Concelho com ritmos e sonoridades de vários géneros.

As ideias são claras para Ian Ritchie: “Juntar pessoas através da criação de música e, só depois, ter um programa artístico que se distinga dos demais. Se a comunidade local estiver empenhada e envolvida, que sinta o certame como propriedade sua, esse será o melhor marketing possível.”

Em apenas três dias a primeira edição do Festival de Música de Setúbal atravessou 750 anos da história musical portuguesa, recuando à musicalidade da época de D. Dinis e sua corte, passando pelas influências africanas e brasileiras nos Descobrimentos e terminando numa viagem pela contemporaneidade da musicalidade lusófona.

Além da participação da comunidade local, que envolveu desde escolas a instituições de solidariedade social, entre muitas outras entidades, o programa de estreia do festival contou com a participação de artistas como percussionista Pedro Carneiro, o grupo de música antiga La Batalla, de Pedro Caldeira Cabral, e o Coro Bulbenkian.

A realização do Festival de Música de Setúbal contou com a iniciativa da Fundação Helen Hamlyn, mecenas do projeto, com a qual a Câmara Municipal organizou o evento em parceria.

O Festival de Música de Setúbal está presente no Facebook.

 

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