Esta foi uma “Prenda de Natal” da Câmara Municipal e da fundação The Helen Hamyln Trust, patrocinadora da iniciativa, que contou com participação da Escola Ana Köhler, da Orquestra do Teatro Nacional de São Carlos/Opart, do Coral Infantil de Setúbal e do Teatro Estúdio Fontenova.

Com o espetáculo prestes a começar, várias pessoas dirigiram-se à bilheteira na esperança de conseguir ingressos, que, desde que foram postos à disposição do público, a título gratuito, esgotaram em poucas horas.

Também as associações de solidariedade social “Agora Sim!”, “Rumo Ao Sucesso” e Edintsvo e o Centro Social Nossa Senhora do Amparo, da Cáritas, bem como a Associação de Saúde Mental Fernando Ilharco estiveram presentes no público.

Enquanto as crianças e os jovens se instalavam na lotada sala principal do Fórum Municipal, na régie revia-se a sequência do programa e eram feitas as últimas verificações da iluminação e do som. À ordem “vamos lá começar o espetáculo”, os gongos soaram, as luzes apagaram-se e o silêncio fez-se ouvir.

Momentos antes de o pano subir, no palco, a presidente da Câmara Municipal, Maria da Dores Meira, deu as boas-vindas aos pequenos sentados na plateia e no balcão, para salientar que o evento a que iam assistir tinha sido “todo pesando” para os “encantar”.

A autarca afirmou que o “Carnaval do Animais”, um espetáculo lúdico-pedagógico, permitia ao “viver, através da música, estórias e momentos” que cativam o público de todas as idades.

Maria das Dores Meira deixou “votos sinceros de um Feliz Natal”, pedindo ao público que levasse a “todas as crianças do concelho uma mensagem de alegria, de convívio feito de amizade” e de harmonia entre o homem e a natureza.

A presidente da Autarquia agradeceu a todos os que estiveram envolvidos na realização desta “Prenda de Natal às Crianças de Setúbal”, lembrando o patrocínio da The Helen Hamlyn Trust que, com este espetáculo, “dá continuidade ao espírito do Festival de Música de Setúbal”, e ao apoio do Teatro Nacional São Carlos, no empréstimo do guarda-roupa e de instrumentos xilofone e glockenspiel.

Ao levantar do pano da boca de cena da sala, já o Coral Infantil de Setúbal, dirigido pelo maestro Nuno Batalha e com Gonçalo Simões ao piano, estava alinhado para cantar “Uma Pequena História de Natal”, uma versão moderna do tema de Markus Hottiger.

E como numa festa de Natal não pode faltar o “É Natal”, do original “Jingle Bells”, de James Pierpont, o público acompanhou os pequenos coralistas, que, à medida que desciam o palco, eram surpreendidos com doces, confecionados por Filipe Blanquet, e oferecidos, com graciosidade de um elfo, por Ana Brinca.

Também as crianças da plateia receberam doces, enquanto na régie se dava a indicação para a orquestra, dirigida por João Paulo Santos, também ao piano, entrar em cena.

Com os violinos, violas, violoncelos, contrabaixo, flauta e clarinete, xilofone, glockenspiel e um outro piano, de Joana David, afinados, lá começou o “Carnaval dos Animais”, de Camile Saint-Saens, numa adaptação livre de Pedro Wallenstein, a partir dos poemas originais de Francis Blanche, que narrou as 14 peças.

Ao longo de uma hora, com a tartaruga a acompanhar o “Carnaval dos Animais”, passearam-se pelo palco o leão, com rugidos feitos pelos instrumentos de corda, numa marcha real ao som do piano, mas também o galo e a galinha cacarejando ao sopro do clarinete, ao rasgar dos violinos e das violas.

Ainda nesta parábola houve lugar para o burro, o cuco, os elefantes e os cangurus, não só em palco como também em desenhos projetados, elaborados por alunos das escolas do concelho.

A dança macabra de um esqueleto humano fossilizado arrancou uma gargalhada geral na plateia, que pouco depois viu todos os animais no grande desfile zoológico final numa alegre sinfonia.