Apresentação pública interna do livro "25 de Abril. Histórias Mil", com contos sobre a liberdade escritos por funcionários municipais - o grupo de teatro da Câmara Municipal (Em)Cena interpretou a peça “Mulheres de Sal” adaptada e encenada por Miguel Assis, com base no conto de Nuno Marques

A vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, sublinhou na noite de 19 de abril, na apresentação pública interna de um livro de contos escritos por funcionários municipais, a importância de os trabalhadores da autarquia partilharem os seus talentos com os colegas.


Inserida no programa de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril Venham Mais Vinte e Cincos, a iniciativa do projeto municipal Somos CMS encheu o salão da Sociedade Musical Capricho Setubalense, numa sessão que começou com a atuação da trabalhadora Helena Mendes no acordeão e terminou com a encenação de um dos contos pelo Grupo de Teatro da Câmara Municipal de Setúbal (Em)Cena.

“Nós passamos muito tempo juntos e às vezes nem temos tempo para perceber o que fazemos e que temos uma vida para além do trabalho. Todos nós temos qualquer coisa de diferente, qualquer coisa que vale a pena mostrar aos outros, mostrar aos colegas”, afirmou Carla Guerreiro.

A autarca sublinhou que “estas pequenas ações” têm permitido “descobrir talentos” entre os trabalhadores da Câmara e “fazer com que os colegas se aproximem mais daqueles que têm mais disponibilidade”, agradecendo aos cinco autores dos seis contos inéditos alusivos ao tema da liberdade integrados na publicação “Abril. Histórias Mil” pelo facto de se terem “exposto”.

Carla Guerreiro recordou que, apesar de escrever ser uma “coisa muito pessoal, muito íntima”, os autores tiveram “vontade de partilhar algo com os colegas”, o que considerou “muito bonito”.

Os contos foram escritos por António Serra, Filipe F. (dois), Inês Teixeira, Maria Esperança e Nuno Marques.

O conto “Mulheres de Sal”, de Nuno Marques, foi interpretado pelo (Em)Cena, numa peça de teatro adaptada e encenada por Miguel Assis.

Trata-se de homenagem ficcionada às mulheres que trabalhavam nas fábricas de conservas e eram vítimas de maus-tratos, na qual é recordado um facto verídico, as mortes dos operários Mariana Torres e António Mendes, em 1911, durante uma manifestação na Avenida Luísa Todi para reivindicar melhores condições de trabalho.

“Vale mesmo a pena celebrar os 50 anos do 25 de Abril e vale mesmo a pena fazer estas atividades todas com os trabalhadores”, afirmou a vice-presidente da Câmara antes de a peça subir ao palco.

Carla Guerreiro recordou que na terça-feira anterior os trabalhadores da Câmara Municipal participaram noutra “iniciativa espetacular”, a construção de um cravo humano na Praia de Albarquel.

Lembrou ainda que, noutra iniciativa do projeto Somos CMS, em 3 de maio é inaugurada na Biblioteca Pública Municipal a sétima edição da mostra de artes plásticas dos trabalhadores da autarquia, “que também é um sucesso”.