A Câmara Municipal de Setúbal está envolvida num conjunto de projetos de investigação científica com o objetivo de contribuir para a preservação dos ecossistemas do Estuário do Sado, como é o caso do projeto Life Invasaqua.
Cofinanciado pela União Europeia no âmbito da iniciativa Life e coordenado pela Universidade de Múrcia, em Espanha, o Life Invasaqua visa contribuir para a redução dos impactes nocivos das espécies exóticas invasoras na biodiversidade, aumentando a sensibilização do público.
A promoção da formação nos setores envolvidos e a criação de ferramentas para um sistema eficaz de alerta rápido e resposta rápida para gerir os impactes nos ecossistemas e estuários de água doce são outros objetivos do projeto.
A Câmara Municipal de Setúbal e as juntas de freguesia do Sado e de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra associaram-se ao Life Invasaqua, liderado em Portugal pela Universidade de Évora, e apoiaram a Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do Instituto Politécnico de Setúbal e o MARE Universidade de Lisboa no desenvolvimento de um projeto específico sobre o Estuário do Sado.
Este projeto teve como objetivo a reflexão e a promoção do envolvimento da sociedade na problemática das espécies exóticas e invasoras aquáticas no Sado.
Os especialistas apresentaram propostas de medidas a incluir na regulamentação, de forma a prevenir, mas não impedir, a praticabilidade de soluções para minimizar os impactes socioeconómicos que advém da presença destas espécies.
Os resultados foram apresentados numa sessão realizada no dia 10 de março, no Instituto Politécnico de Setúbal, seguida de discussão científica, a qual contribuiu para a disseminação do conhecimento das espécies invasoras e para a sensibilização para a introdução intencional ou acidental destas espécies.
O município de Setúbal é também parceiro do Programa Guardiões das Pradarias, que contempla projetos de conservação e restauro das pradarias marinhas de Soltróia, Base-ferry e Ponta do Adoxe.
O programa, iniciado em fevereiro de 2019, é financiado pela National Geographic Society através da atribuição de uma bolsa de exploradora a Raquel Gaspar, bióloga marinha, cofundadora da Ocean Alive.
Os projetos de conservação e restauro da Pradaria da Ponta do Adoxe e da Pradaria Base-ferry têm como objetivos a disseminação do conhecimento das pradarias e da sua importância e o envolvimento dos atores locais na sua preservação.
Os projetos conservação e restauro da pradaria da Ponta do Adoxe, realizado no âmbito de uma parceria entre a Associação Local Ocean Alive, a Associação Viridia, o Centro de Ciências do Mar, o ActivoBank e o Continente ECO, contribuem para educar para a mudança de comportamentos para salvaguardar as pradarias marinhas da zona.
O projeto conta com uma vertente de sensibilização e com o envolvimento de atores locais na disseminação das boas práticas e com o apoio da comunidade científica, através da promoção de ações das entidades locais para a criação de um ordenamento específico para a navegação e usos na pradaria da Ponta do Adoxe.
Na Base-ferry, em Troia, o projeto procura combater o desconhecimento do estado de conservação da pradaria, através de campanhas de mergulho científico para delimitar a área da pradaria, bem como proporcionar um melhor conhecimento das espécies marinhas e acompanhar o estado de conservação da pradaria, recolhendo evidências da sua degradação e descobrindo as causas.
O conhecimento adquirido vai suportar a estratégia de restauro da pradaria, a qual conta com o envolvimento da comunidade, entidades e decisores locais.
O principal foco da sensibilização é a disseminação de boas práticas de navegação e ancoragem, através de campanhas de sensibilização direta com atores locais da náutica de recreio e da atividade marítimo turística, com o objetivo de criar um regulamento de ‘navegação amiga das pradarias’.
Estes projetos abrangem um total de 27 pradarias no Estuário do Sado, que representam 158 hectares, verificando-se um aumento da dimensão das pradarias entre 2019 e 2022 de 16 hectares.
