Sebastião da Gama, evocado no dia 10 de abril em Setúbal na data em que se assinala o centenário do nascimento, foi recordado como poeta intemporal e bom professor, nas primeiras iniciativas da homenagem, realizadas de manhã em Azeitão.


“Hoje teremos um dia repleto de iniciativas, mas permitam-me que diga, e acho que é justo dizê-lo: são insuficientes para a grandeza da obra de Sebastião da Gama”, assinalou o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, depois de depositar flores na base da estátua do poeta, no rossio de Vila Nogueira de Azeitão.

Salientando que Setúbal procura sempre exaltar Sebastião da Gama, o autarca distinguiu o “legado extraordinário” deixado pelo homenageado, que só será lembrado no futuro caso se acredite que “a sua obra justifica atenção, cuidado e informação”.

Na cerimónia participaram, entre outras individualidades, a Associação Cultural Sebastião da Gama e da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, uma representante da família do poeta, alunos da Escola Secundária D. João II e a presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Sónia Paulo, para quem a data do centenário de Sebastião da Gama “é um dia marcante, pois é o dia do poeta da Arrábida”.

Para Sónia Paulo, além da poesia é importante recordar a marca deixada por Sebastião da Gama no ensino.

Neste contexto, a autarca parafraseou o próprio Sebastião da Gama, quando escreveu sobre “morrer quando se for quase um bom professor” para afirmar que o poeta “não morreu da doença, mas sim porque já se tinha tornado bom professor”.

Já para o presidente da Associação Cultural Sebastião da Gama, Lourenço de Morais, “este é um dia de alegria por recordar alguém que permanece vivo cem anos depois”.

O dirigente destacou a importância de Sebastião da Gama, falecido prematuramente, aos 27 anos, vítima de tuberculose, na atualidade.

“Faz-nos falta a todos, porque com 27 anos, sabia o que era essencial na vida. A sua mensagem era intemporal e deve ser recordado e festejado por todos a cada dia e na vida de cada um”, concluiu.

Depois da deposição de flores, a comitiva seguiu a pé pela Rua José Augusto Coelho até à Casa do Povo – Centro Infantil Sebastião da Gama, onde contemplou um novo mural, dedicado a Joana Luísa e Sebastião da Gama, elaborado por SAMINA.

“Este é um trabalho que me diz bastante porque eu sou de Quinta do Anjo, cresci perto da Serra da Arrábida e contacto com toda esta beleza natural que o Sebastião enaltecia muito”, evidenciou o artista.

O programa do dia do centenário do aniversário do poeta e pedagogo natural de Azeitão prossegue, no período da tarde, com o momento de leitura de poemas “Quando eu nasci…”, pelo TAS – Teatro Animação de Setúbal, às 18h00.

O apontamento cultural decorre no Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde, de seguida, às 18h30, há mais uma sessão de “Ler Sebastião da Gama”, com Guilherme d’Oliveira Martins, que já desempenhou diversos cargos ligados à cultura.

À noite, o programa volta a Azeitão, para o lançamento do livro “Sebastião, o menino que nasceu poeta”, de Idalina Veríssimo, com ilustrações de Cristina Arvana, às 21h00, na Casa-Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama.