A primeira edição das Jornadas Março Mulher 2023 “Ameaças e Desafios – pessoas em igualdade”, que decorreu no Auditório Bocage, contou com a presença da vice-presidente da Câmara Municipal, Carla Guerreiro.

A vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, lamentou em 30 de março, na primeira edição das Jornadas Março Mulher 2023, as recentes notícias de que no ano passado 1400 mulheres ficaram sem trabalho por estarem grávidas ou a amamentar.


“Isto não são coisas que já aconteceram há muitos anos, não são coisas que só acontecem algures. Não, acontece a toda a gente, aconteceu, pelos vistos, àquelas 1400 mulheres que perderam o seu contrato de trabalho e outras provavelmente terão mesmo sido despedidas”, afirmou.

Numa sessão realizada no Auditório Bocage, Carla Guerreiro admitiu que em Portugal foi feito “um caminho muito grande” e que o 25 de Abril “abriu a todos, homens e mulheres, possibilidades que antes estavam vedadas”, mas salientou a necessidade de se renovar a luta e de se chamar à atenção.

“Estão aqui muitas jovens e certamente têm uma experiência diferente, porque as coisas que foram vivendo já eram assim. Mas nem sempre foram assim e é preciso ter memória, é preciso recordarmos que a vida das mulheres, não assim há tanto tempo, dependia de autorizações dos maridos”, sublinhou.

A primeira edição das Jornadas Março Mulher 2023 “Ameaças e Desafios – pessoas em igualdade”, que decorreu durante a manhã, foi uma organização conjunta da cooperativa SEIES, da Câmara Municipal, das juntas de freguesia de São Sebastião, de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra e de Azeitão, do Instituto Politécnico de Setúbal, da Soroptimist e da Conexão Feminina.

No encontro foi feita uma “reflexão sobre as ameaças e os desafios emergentes na promoção da igualdade e da não discriminação entre mulheres e homens”, tendo em conta, segundo os organizadores, os “riscos de retrocessos civilizacionais”, bem como a “urgência de identificação dos principais desafios e oportunidades que emergem” das crises e transições ambiental, energética, digital, demográfica e alimentar.

Carla Guerreiro afirmou a necessidade de a tónica do discurso ser colocada “nos direitos das mulheres” relacionados com “uma série de vertentes da sua vida” pessoal e profissional, defendendo que se deve combater quem critica a realização de fóruns deste género por considerar que “as mulheres já estão completamente em igualdade”.

A vice-presidente da Câmara Municipal assegurou que a autarquia está “sempre ao lado das iniciativas que efetivamente põem as pessoas a pensar”, como a que decorreu no Auditório Bocage. “Temos que pôr o dedo na ferida se quisermos que realmente haja transformação e a transformação é o nosso objetivo.”