“Devolvemos aos setubalenses boa parte da identidade sadina. O passeio ribeirinho da Praia da Saúde, por tantos anos praticamente vedado, está de novo aberto a todos”, frisou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na cerimónia de inauguração do novo espaço de fruição pública, realizada no dia 23

Um passeio público e espaços de recreio para usufruto da população fazem parte da nova área urbana de lazer voltada ao rio, a primeira fase de uma obra liderada pela Autarquia de beneficiação da Praia da Saúde, integrada no PIVZRS – Programa Integrado de Valorização da Zona Ribeirinha de Setúbal.

Articulada com o traçado do passeio, num percurso linear com uma extensão aproximada de 260 metros, foi criada uma ciclovia, ladeada de árvores, na grande maioria pinheiros bravos, e instalado diverso mobiliário urbano em vários locais deste novo espaço público.

As intervenções executadas neste local de referência de Setúbal contemplaram ainda a construção de plataformas de estadia junto do areal, com um elemento de proteção ao galgamento das águas, a criação de áreas ajardinadas amplas e o reforço da iluminação pública.

A devolução da praia urbana existente neste local aos setubalenses, adiantou Maria das Dores Meira, não pode ser realizada na plenitude “por força das indeléveis marcas que os antigos estaleiros deixaram. Ainda que nem todos sejamos responsáveis, todos pagamos duramente os custos do abandono [dos estaleiros navais].

Um monumento em homenagem ao navegador, oferecido à Autarquia pelo comendador Luís Filipe Gomes, integra também a paisagem da Praia da Saúde. A obra, da autoria do artista setubalense José João Besugo, contou com a participação dos serviços municipais, que elaboraram a base, parte de uma embarcação, a qual sustenta a escultura.

A renovada Praia da Saúde vai contar também com um quiosque de café/pastelaria, equipamento com 75 metros quadrados, com espaços interiores e esplanadas, já em fase de instalação, com abertura prevista para meados de julho.

Novos lugares de estacionamento laterais foram definidos ao longo da Rua da Saúde, via de circulação cuja faixa de rodagem foi alargada e asfaltada na totalidade, facilitando o trânsito na zona.

Já numa área próxima do Parque Urbano de Albarquel, entre a estrada nacional e a Rua da Saúde, a construção de um muro de suporte permitiu a estabilização das terras com plantações. 

O projeto “Reconversão Urbana da Zona Ribeirinha Poente”, um investimento superior a um milhão de euros, foi implementado com apoios comunitários canalizados através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, ao abrigo do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

Na abertura oficial da requalificada zona poente da Praia da Saúde, Maria das Dores Meira anunciou uma segunda fase de obras para este local, entre o Parque Urbano de Albarquel e a área já intervencionada, “logo que estejam reunidas as condições financeiras, já que os restantes problemas estão resolvidos”.

Com a concretização desta obra será possível criar um corredor ribeirinho totalmente requalificado entre o centro da cidade e o Parque Urbano de Albarquel.

Um Centro Náutico e um Centro de Investigação Marítima são serviços a criar com a implementação da segunda fase de obras de requalificação da zona poente da Praia da Saúde, com projetos de especialidade já em execução, nos quais é colocada a possibilidade de manutenção dos imóveis existentes.

Já para o ancoradouro ali situado, a solução já está encontrada. “Retirar dali aquela estrutura tem custos muito elevados. Assim, definimos o aproveitamento do ancoradouro para a realização de uma intervenção urbanística de grande qualidade”, adiantou a edil setubalense, desvendando alguns pormenores: “Vai ter iluminação e estátuas ao longo do percurso.”

Atividades desportivas, animação de rua, uma atuação musical e ainda rastreios cardiovasculares e ações para as crianças fizeram parte do programa de inauguração deste novo espaço urbano de lazer.

A requalificação da Praia da Saúde “uma obra da maior importância para a cidade e para os setubalenses”, é, contudo, “apenas mais um passo no longo caminho para devolver aos cidadãos ainda mais espaços que podem e devem ser utilizados para o lazer e fruição do nosso Sado”, reforçou Maria das Dores Meira.

Para isso, já foi apresentado ao Governo um plano, com conhecimento à Administração Portuária, com a intenção da Câmara Municipal de recuperar todas as zonas ribeirinhas que não tenham utilizações portuárias. “A cidade precisa do que é seu por direito próprio. Precisa que lhe devolvam o rio e o mar que são partes inalienáveis da sua identidade”, frisou a autarca.