Manel Bola, que, no dia 6, havia recebido alta do Hospital de São Bernardo, onde esteve internado algumas semanas na sequência de uma intervenção cirúrgica aos intestinos, não resistiu a complicações respiratórias.

O corpo do ator está em câmara ardente no dia 12 na Igreja do Convento de Jesus e o funeral realiza-se a 13, pelas 11h00, para o Cemitério de Nossa Senhora da Piedade.

Carlos Alberto da Conceição Rodrigues, nascido a 3 de setembro de 1944 na Travessa de S. Cristóvão, em plena Baixa sadina, foi uma das figuras mais queridas e importantes da cultura setubalense, tendo sido homenageado pela Câmara Municipal, em 1996, com a Medalha da Cidade de Setúbal na Classe Cultura.

Participou nos primeiros trabalhos da Ribalta, Grupo de Teatro do Ateneu Setubalense, e foi fundador e ator da TEIA – Teatro de Amadores de Setúbal.

Manel Bola foi ator residente do Teatro Animação de Setúbal – TAS durante 27 anos e participou em muitas peças de teatro, como “O Gebo e a Sombra”, “O Pai Tirano” e a revista “Era uma vez em… Setúbal”, da qual escreveu o texto e de que foi encenador, em coautoria com Fernando Guerreiro e João Aldeia.

Em 1977, foi galardoado com o Prémio Melhor Ator Ibérico atribuído pelo III Festival de Cinema Ibérico.

Fez também diversas personagens em conhecidos programas de televisão, como "A Banqueira do Povo", “Jardins Proibidos”, “Inspetor Max”, “Nós os Ricos”, “Os Malucos do Riso” e “Gente Fina é Outra Coisa”.

Com o objetivo de divulgar e promover o teatro, a poesia e a literatura portuguesa realizou e produziu ações pedagógicas junto de escolas do ensino secundário do distrito de Setúbal, nomeadamente o projeto Versos Falados, que dava a conhecer aos alunos a poesia portuguesa durante uma aula da disciplina de português.

Além do teatro, escreveu letras para canções infantis, para música ligeira e marchas populares. Nos últimos anos dedicou-se igualmente à poesia, tendo publicado “Sem Amor”, em 2005.