Lançamento da primeira pedra da ampliação do Hospital de Setúbal

O lançamento da primeira pedra das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo, realizado no dia 29, não descansa o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, que continua a recear serviços de saúde encerrados devido à falta de profissionais.


Em visita com o ministro da Saúde ao Hospital de São Bernardo, por ocasião da cerimónia que deu início oficial às obras de ampliação das instalações, o presidente André Martins admitiu estar-se perante o risco real de as novas infraestruturas ficarem concluídas sem profissionais para lhes dar uso.

“Esse é, de facto, um grande risco”, sublinhou. “A ampliação sem profissionais de saúde, não serve para nada.”

O autarca, acompanhado do presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, ressalvou que o início das obras de ampliação do hospital representa “um passo importante”, deixando “muito satisfeitos” Setúbal, Palmela e Sesimbra, os municípios abrangidos pela área de influência daquele equipamento, até porque, recordou, se trata “de uma obra prometida ao longo de muitos anos e que se tem agora a oportunidade de ver concretizada”.

Melhores condições de trabalho, salientou o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, tornam mais apelativos os próprios postos de trabalho, o que poderá contribuir “para atrair profissionais de saúde, em vez do inverso, como se tem vindo a verificar”.

André Martins, referindo-se à atratividade do mercado de trabalho do setor público da saúde, reforçou ser “fundamental que também haja condições e incentivos para que profissionais venham para o Serviço Nacional de Saúde, bem como para o Hospital de Setúbal”.

O autarca mantém elevadas preocupações relativamente à fragilidade do serviço oferecido à população nas Urgências Pediátricas do Hospital de Setúbal, que  continua a encerrar a cada 15 dias por falta de recursos humanos.

“Essa é a grande questão. Concordamos que, perante todas as grandes dificuldades identificadas, haja medidas de gestão. O problema é que medidas assim não resolvem os problemas em definitivo e nós queremos resolver as questões em definitivo e, sobre isso, não temos nenhum compromisso [da parte do Governo], afirmou.

Por esse motivo, os três municípios, através do Fórum Intermunicipal de Saúde, têm agendada uma manifestação para 15 de abril, na qual se vai continuar a exigir que as populações tenham acesso a cuidados de saúde.

Álvaro Amaro, para quem a ampliação da unidade hospitalar “é uma obra muito desejada”, sublinhou, em contraponto, não ter “quaisquer dúvidas de estarem reunidas as condições” para a realização dos protestos, porque “o Serviço Nacional de Saúde tem de ser reforçado com mais unidades de saúde e mais profissionais, até para diminuir a pressão sobre os próprios serviços de urgências”.

O ministro da Saúde, perante os protestos de populares à entrada do Centro Hospitalar de Setúbal, admitiu que a ampliação do hospital não resolve os problemas de fundo, mas podem representar um passo importante na melhoria das condições dos serviços prestados.

“Estas novas instalações vão resolver o problema de falta de profissionais? Não. Mas trata-se de dar melhores condições de trabalho e, com isso, contribuir para atrair jovens profissionais”, destacou.

A visita de Manuel Pizarro a Setúbal enquadra-se no programa do Conselho de Ministros “Governo Mais Próximo”, a decorrer até dia 30 no distrito.

As obras de ampliação do Centro Hospitalar de Setúbal representam um investimento do Estado de 27 milhões de euros, devem ter a duração de 20 meses e vão permitir relocalizar serviços de urgência e dar continuidade à requalificação dos espaços dos vários serviços de apoio assistencial.