Destinado a todos dentro e fora da Bela Vista, a quarta edição consecutiva do festival que estimula a partilha multicultural pela expressão artística foi um sucesso tanto do ponto de vista da organização, um grupo de jovens locais, como dos artistas que atuaram no naquele espaço verde da cidade.

O funaná, o hip-hop, o rap e o dancehall foram alguns dos géneros que se fizeram ver e ouvir a partir do palco do “Mudar o Olhar”, com mais de uma dezena de atuações de música e dança proporcionadas por artistas locais e de outras zonas da área metropolitana de Lisboa.

O Festival “Mudar o Olhar”, com início a meio da tarde de sábado, incluiu exibições do Conservatório Regional de Setúbal, do rapper Tiago Martins e de Gi Cabral, seguindo-se demonstrações de dança pelo grupo de hip-hop Dor de Cabeça e pelos grupos Afro Índias, Megan Five e Afro Style.

O festival prosseguiu com espetáculos de Elemento 2 Tokes & Turma do Congo, dos Nôs Talentu e do grupo de dança do Triângulo CATL da ACM/YCMA de Setúbal, e com música de Cubita Tk’s e Célia Tavares, a par de rap por Resistente e dança pelos grupos Manos Bungula, Família Squad, Black Queens e Black Flowers.

A parte final desta iniciativa, que é exemplo das dinâmicas sociais criadas na zona da Bela Vista no âmbito do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, em desenvolvimento desde 2012, apresentou ainda dança por Jungle Ovaload Crew e The Warm Up e música por Mota JR, Deejay Telio e Ne Jah.

A união de esforços em torno de uma causa comum é o desígnio do programa municipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, que, ao longo de três anos, já dinamizou várias operações de beneficiação de habitações e atividades que promovem o convívio multicultural.

O programa, que engloba os bairros da Bela Vista, Forte da Bela Vista, Alameda das Palmeiras, Quinta de Santo António e Manteigadas, assenta na premissa de que todas as ações devem ser protagonizadas pelas próprias pessoas, promovendo a autonomia, a responsabilidade e o crescimento coletivo.