Treze desenhos, a maioria criada em marcador sobre papel, revelam o processo de análise empreendido pelo artista plástico ao longo do ano em que preparou as obras que viriam a integrar as paredes da estação do metro do Alto do Moinho após a inauguração em 1988.

A maioria dos esquissos patentes na mostra em Setúbal foca a cara do poeta setubalense, retratada sempre com o mesmo tipo de traço, mas com expressões claramente distintas, reveladoras de um profundo estudo de Júlio Pomar da personalidade de Bocage.

“Não cansa porque acaba por não ser sempre a mesma imagem”, refletiu a curadora da mostra, a técnica municipal Francisca Ribeiro, na inauguração, realizada no dia 9, ao final da tarde.

O evento é organizado pela Câmara Municipal no âmbito das Comemorações dos 250 Anos do Nascimento de Bocage, a decorrer ao longo de um ano, até ao mês de setembro.

“É também particularmente especial, quando amanhã [domingo, 10 de janeiro] Júlio Pomar completa 90 anos”, sublinhou o vereador da Cultura, Pedro Pina.

O autarca destacou, ainda, que a mostra “deixa Setúbal de parabéns”, não só pelo facto de serem trabalhos de um artista com a dimensão de Júlio Pomar sobre um dos maiores poetas portugueses e nascido em Setúbal, como também porque “uma das obras mais relevantes é da própria coleção do Museu de Setúbal/Convento de Jesus”.

Pedro Pina referia-se a uma imagem em carvão e marcador sobre papel vegetal, de corpo inteiro, de Bocage, e, sem dúvida, uma das mais impactantes da coleção que se encontra em exposição.